Embrapa cria protocolo para certificar carne com menor emissão de carbono
Sistema voluntário promete agregar valor à produção e estimular práticas sustentáveis
A Embrapa desenvolveu um protocolo que promete ajudar a transformar a pecuária brasileira, certificando produtores e frigoríficos que adotam práticas capazes de reduzir a emissão de carbono na criação de gado. Chamado de Carne Baixo Carbono, o sistema é voluntário e segue normas de rastreabilidade previstas na Lei 12.097 e no Decreto 7.623.
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A Embrapa desenvolveu um protocolo de certificação denominado Carne Baixo Carbono, que visa reconhecer produtores e frigoríficos que adotam práticas de redução na emissão de carbono na criação de gado. O sistema voluntário segue normas de rastreabilidade e padrões internacionais de sustentabilidade. O programa exige certificação tanto do sistema produtivo quanto da planta industrial de abate, sendo auditado por empresas independentes. A iniciativa busca ampliar a adoção de tecnologias sustentáveis, como o sistema de Integração Lavoura-Pecuária, e tem como público-alvo fazendas de recria, frigoríficos e consumidores interessados em produtos com menor impacto ambiental.
A proposta é simples: reconhecer e dar valor à carne produzida em sistemas mais eficientes, que manejam melhor o solo, as pastagens, os animais e a fase de terminação. Segundo a Embrapa, práticas adotadas nesses sistemas permitem um balanço positivo de carbono, graças à intensificação produtiva e ao manejo mais adequado da área.
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Todas as regras do protocolo foram definidas com base em anos de pesquisas realizadas em campos experimentais que representam a realidade da pecuária no Brasil. Para entrar no programa, é preciso que tanto o sistema produtivo da fazenda quanto a planta industrial de abate sejam certificados.
Para isso, a Embrapa treina certificadoras independentes e licencia a marca registrada “Carne Baixo Carbono”, que identifica os animais e a carne produzida dentro das exigências.
O modelo segue padrões internacionais de sustentabilidade, com avaliações baseadas nos princípios MRV — Monitorável, Relatável e Verificável, o que garante que o processo seja totalmente auditável. A certificação é feita por terceira parte, ou seja, por empresas independentes, reforçando a transparência.
A expectativa é que o protocolo se torne um importante aliado do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), ampliando a adoção de tecnologias sustentáveis, como o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), além de estimular a produção de carne com menor impacto ambiental e potencial de remuneração mais alta.
O público-alvo inclui fazendas de recria e terminação de gado de corte em pastagens, frigoríficos, certificadoras e consumidores interessados em produtos com menor pegada ambiental.
A solução foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições e faz parte de uma agenda mais ampla para tornar a pecuária brasileira mais sustentável e competitiva.


