Acusado de executar rapaz na saída de tabacaria no Jardim Leblon é absolvido

Rafael Ortiz Sobrinho, levado a julgamento pelo homicídio de Hugo Henrique Beltrão Santana, de 22 anos, e pela tentativa de homicídio contra Josaine Roberta Soares de Melo, foi absolvido pelo Tribunal do Júri de Campo Grande nesta terça-feira (25). O júri reconheceu a materialidade e a autoria dos fatos, mas entendeu que o réu deveria ser absolvido de ambas as acusações.

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A sessão entrou na fase de sustentação da defesa às 11h46. Os advogados apresentaram três teses principais para cada uma das imputações: absolvição por negativa de autoria, absolvição genérica e afastamento das qualificadoras em caso de eventual condenação. No caso de Josaine, atingida por erro de execução, foram sustentadas as mesmas teses.

Após a votação dos quesitos, o Conselho de Sentença decidiu pela absolvição do réu nos dois crimes. Com base na decisão soberana dos jurados, o juiz julgou improcedente a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual e absolveu Rafael Ortiz Sobrinho.

Diante do resultado, o magistrado revogou a prisão preventiva e determinou a expedição imediata do alvará de soltura.

Rafael foi preso mais de um ano depois do crime, na tarde de segunda-feira (27 de janeiro deste ano), no próprio Fórum de Campo Grande, durante audiência, em cumprimento a mandado de prisão relacionado ao caso.

Homicídio - O crime ocorreu na madrugada de 31 de dezembro de 2023, após a saída de uma tabacaria no Jardim Leblon. A investigação apontou que Rafael manteve relacionamento com uma das mulheres que estavam no veículo com Hugo. Após o término, a jovem se envolveu com a vítima, o que teria motivado o ciúme do acusado.

Dias antes da morte, Rafael comprou o revólver usado no crime. Na madrugada do dia 31, encontrou a ex-namorada acompanhada das amigas e de Hugo. Aproveitou o momento em que o grupo deixava a tabacaria e efetuou os disparos contra o carro. Hugo e Josaine foram atingidos; as demais ocupantes não sofreram ferimentos.

Câmeras de segurança de uma residência flagraram a cena. Às 00h37, Hugo parou o Hyundai HB20 na Rua Ciríaco Maymone. Duas jovens saíram desesperadas, gritando por ajuda: “Meu Deus, alguém ajuda. Chama a ambulância”. Outras três permaneceram no interior do automóvel, até que todas desembarcaram. Uma delas aparece no vídeo mancando e senta no meio-fio. As amigas caminham de um lado para o outro pedindo socorro, enquanto a vítima cai para o lado do banco do passageiro.

Chorando, uma delas pede que liguem para a polícia. Outra grita o nome do rapaz. Um motociclista que passava pela rua foi abordado por uma das jovens: “Moço, como é o nome dessa rua, pelo amor de Deus, meu amigo levou um tiro”. Um segundo motociclista parou, desceu e foi até a porta do motorista, observando a vítima caída.

No áudio da câmera, uma jovem liga para um conhecido e diz: “O Hugo levou um monte de tiro aqui com nós”.

Cerca de 20 minutos depois, vídeos mostram a chegada de equipes do Batalhão de Choque ao local. O socorro foi acionado, mas quando o Corpo de Bombeiros e o Samu chegaram, Hugo já estava morto.

Com a decisão do júri, Rafael deixa a prisão após ser absolvido das imputações que pesavam contra ele.

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