Programa Leitão Vida destina R$ 48 milhões para modernização de granjas

Mato Grosso do Sul reafirmou nesta quinta-feira (10) seu protagonismo no cenário nacional da suinocultura durante o III Encontro de Lideranças da Suinocultura, promovido pela Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), dentro da programação da Expogrande 2025.

O evento reuniu produtores, representantes da indústria, especialistas e autoridades, consolidando o Estado como um dos mais promissores para a produção e exportação de carne suína no país.

“Estamos vivendo um momento único. O Mato Grosso do Sul está pronto para se consolidar entre os cinco maiores produtores e exportadores de carne suína do Brasil”, declarou o presidente da Asumas, Renato Spera. Ele destacou a importância do encontro como um espaço estratégico para alinhamento de ações e fortalecimento institucional do setor.

Dados apresentados durante o evento revelam o vigor da suinocultura sul-mato-grossense. Em 2024, o estado registrou o abate de mais de 3,39 milhões de suínos, resultando em aproximadamente 315 mil toneladas de carne. A atividade movimenta uma cadeia produtiva com 32 mil empregos diretos e conta com 129 empresas ativas.

Atualmente, Mato Grosso do Sul ocupa a sexta posição no ranking nacional de exportações de carne suína e pode alcançar a quinta colocação ainda em 2025, segundo a Famasul. O setor já movimenta mais de R$ 32 bilhões por ano, com exportações que ultrapassam os US$ 37,9 milhões.

A sustentabilidade e a biosseguridade também foram destaques no encontro. O programa “Leitão Vida”, coordenado pela Asumas, já destinou mais de R$ 48 milhões para a modernização de granjas, promoção do bem-estar animal e implementação de inovações tecnológicas.

Além disso, o Estado conta com uma sólida rede de apoio formada por instituições de ensino e pesquisa como Embrapa, UFMS, UEMS, IFMS, Fundação MS e o Senar/MS, que atuam na qualificação de mão de obra e no fomento à inovação.

Cidades como São Gabriel do Oeste, Ivinhema, Dourados, Sidrolândia e Glória de Dourados despontam como polos de produção, impulsionadas por investimentos em infraestrutura e logística. Um dos projetos que gera grande expectativa é a Rota Bioceânica, que poderá abrir portas para novos mercados, especialmente na Ásia.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) participou do evento e destacou o papel das políticas públicas na consolidação da atividade. Ele mencionou a ampliação dos investimentos no programa Leitão Vida, que passaram de R$ 31 milhões em 2020 para R$ 64 milhões em 2024.

“Essa reestruturação fortalece a capacidade da associação de atuar junto aos seus associados. É um sinal claro da confiança do Estado na competência da Asumas em gerir esses recursos”, afirmou.

A presença da senadora Tereza Cristina também deu peso às discussões. Ela defendeu que a retirada da vacinação contra a febre aftosa pode abrir mercados estratégicos para o Brasil, incluindo a União Europeia, que ainda não importa carne suína brasileira. “Quando o Brasil alcançar o status de livre de febre aftosa sem vacinação, acredito que teremos condições de acessar esse mercado, que é extremamente promissor”, destacou.

Ao encerrar o encontro, Renato Spera reforçou o compromisso da Asumas com o crescimento sustentável do setor. “Temos uma cadeia produtiva organizada, que respeita o meio ambiente, investe em biosseguridade e gera milhares de empregos. O nosso desafio agora é continuar crescendo com responsabilidade, mostrando que o Mato Grosso do Sul é, sim, o próximo destino da suinocultura nacional”, concluiu.

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