Apesar de inverno quente, onda de frio deve castigar MS a partir de segunda
Previsão é de calor entre julho e setembro, porém avanço de ar polar derrubará a temperatura na próxima semana
O inverno começou oficialmente às 22h42 da última sexta-feira (20) em Mato Grosso do Sul com um panorama contraditório para os próximos dias. O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) prevê que o trimestre entre julho e setembro será mais quente que o normal, repetindo a tendência das últimas décadas. Por outro lado, a transição entre o outono e o inverno será marcada por uma sequência intensa de sistemas meteorológicos que prometem fortes quedas de temperatura a partir da próxima semana.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul enfrenta um inverno atípico, com previsão de temperaturas mais altas que o normal para o trimestre, mas com uma onda de frio intensa prevista para a próxima semana. A chegada de massas polares e a influência de um ciclone extratropical no Atlântico prometem queda acentuada nas temperaturas em todo o Centro-Sul do Brasil. Apesar da tendência de aquecimento para o inverno, a partir de segunda-feira (23) são esperadas mínimas muito baixas, com risco de geadas no sul do estado. A previsão de chuvas irregulares agrava o risco de incêndios. Agricultores, pecuaristas e população vulnerável devem redobrar a atenção. O inverno deste ano exemplifica a crescente variabilidade climática, com extremos de temperatura e precipitação.
Historicamente, o inverno em Mato Grosso do Sul é uma estação seca e com temperaturas que oscilam entre 24 °C e 26 °C, podendo atingir 28 °C no noroeste e ficar entre 22 °C e 24 °C no extremo sul. Para 2025, o Cemtec projeta que essas marcas serão superadas, reforçando o cenário de aquecimento global e suas implicações regionais.
Mesmo com a previsão de um inverno mais quente, a realidade do dia a dia será desafiadora já a partir da segunda-feira (23). Uma sequência de massas polares e a atuação de um ciclone extratropical no Oceano Atlântico vão favorecer rajadas fortes e queda acentuada da temperatura em todo o Centro-Sul do Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul.
Entre domingo (22) e segunda-feira (23), uma frente fria com potencial ciclônico se intensifica no oceano, o que deve provocar ventos fortes nos estados do Sul, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Segundo o Climatempo, o ciclone não atinge o continente diretamente, mas potencializa as rajadas e aumenta a sensação térmica de frio.
Na sequência, duas fortes massas de ar polar avançam sobre o país. A primeira chega entre segunda e terça-feira, com impacto direto sobre os três estados do Sul e Mato Grosso do Sul. A segunda, prevista para a sexta-feira (27), reforçará o frio e poderá provocar geadas amplas em áreas do sul mato-grossense e temperaturas próximas a 0 °C no extremo sul do estado.
Em Mato Grosso do Sul, o ar polar avançará até o fim da semana, garantindo mínimas muito baixas para a época, um cenário que exige atenção redobrada para o setor agrícola e pecuário, que pode sofrer com a geada, além da população em situação de vulnerabilidade.
O início rigoroso do inverno sul-mato-grossense contradiz a expectativa de que a estação fosse amena e destaca a variabilidade climática que marca o momento atual. Apesar da previsão média mais quente para o trimestre, episódios pontuais de frio intenso e queda súbita da temperatura devem se tornar cada vez mais frequentes, refletindo a complexidade da transição entre os padrões climáticos globais e regionais.
Em resumo, Mato Grosso do Sul encara um inverno cheio de desafios: temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas, chuvas mal distribuídas e o risco permanente de incêndios e geadas. A orientação dos meteorologistas e autoridades é que a população esteja atenta às previsões e prepare-se para uma estação que poderá surpreender.
Em relação às chuvas, o inverno costuma registrar acumulados entre 75 mm e 150 mm em média, com valores mais baixos (25 mm a 75 mm) no extremo norte e precipitação mais abundante no extremo sul (200 mm a 300 mm). Entretanto, os técnicos do Cemtec alertam que as chuvas devem ser irregulares até setembro, ora acima, ora abaixo da média histórica. Essa instabilidade aumenta o risco de incêndios em áreas rurais e urbanas, problema agravado pela própria estiagem típica da estação.