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Meio Ambiente

Articulação global de indígenas critica falta de diálogo na COP30

Representantes criticam monetização da natureza e cobram garantias contra exploração de minerais

Por Inara Silva | 23/11/2025 08:21
Articulação global de indígenas critica falta de diálogo na COP30
A sul-mato-grossense Taily Terena faz parte do Caucus Global Indígena. (Foto: Agência Brasil)

Representantes indígenas de várias partes do mundo demonstraram insatisfação com o texto final da COP30 (Conferência do Clima da ONU), realizada em Belém (PA). O Caucus Global Indígena, grupo internacional que acompanha as negociações climáticas, criticou o documento e a falta de diálogo com a organização.

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A COP30, realizada em Belém (PA), enfrentou críticas do Caucus Global Indígena devido à falta de diálogo na construção do texto final. Taily Terena, representante brasileira do grupo, expressou decepção com o protagonismo limitado dos povos originários nas negociações, apesar das expectativas elevadas pela posição do Brasil como país sede.Entre as principais críticas está a monetização da natureza através do TFFF (Tropical Forests Forever Facility) e a ausência de garantias contra exploração mineral em territórios indígenas. Apesar do recorde de cinco mil indígenas presentes no evento, com 900 tendo acesso à Zona Azul, a participação efetiva nas decisões ficou aquém do esperado.

Entre as vozes brasileiras está a sul-mato-grossense Taily Terena, do povo Terena, que integra a articulação global. Ela afirma que os povos originários não foram ouvidos na construção do texto e que o protagonismo internacional assumido pelo Brasil não se refletiu no processo de negociação.

Ela afirmou que havia muita expectativa por conta do protagonismo do Brasil na diplomacia mundial. Além de sediar a COP, o país tem a maior região da Floresta Amazônica do mundo e mais de 300 povos indígenas. No entanto, essa posição não foi refletida no texto final, que teve seu esboço divulgado na sexta-feira.

Taily afirmou à Agência Brasil que os povos indígenas não foram incluídos nos diálogos com a presidência da COP e que o TFFF (Tropical Forests Forever Facility - Fundo Florestas Tropicais para Sempre) não representa uma solução, mas a monetização da natureza, oferecendo recursos insuficientes e inacessíveis devido às inúmeras regras. Segundo ela, o ideal seria que o financiamento chegasse diretamente às comunidades, sem intermediários.

Outro ponto sensível é a ausência de garantias firmes para impedir a exploração mineral dentro dos territórios indígenas, especialmente no caso dos chamados minerais críticos, hoje centro de disputas geopolíticas.

Apesar das críticas, Taily reforça que a mobilização indígena não se encerra com a COP30 e que a luta por espaço nas decisões climáticas segue. “A gente já sabe que tem algumas travas, a gente também não está na melhor situação na geopolítica, mas uma coisa que eu aprendi com os nossos mais velhos é que a nossa luta não termina agora”, destacou.

Presença histórica - A COP30 registrou participação recorde de povos originários e comunidades tradicionais. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, mais de cinco mil indígenas estiveram presentes no evento em Belém. Desse total, 900 tiveram acesso à Zona Azul, área onde ocorrem as negociações oficiais entre os países.

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