Desmatamento e abandono do Parque Sóter viram alvo de inquérito civil
Órgão cobra explicações da prefeitura sobre obras paradas e erosão após retirada da vegetação

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito civil para apurar o desmatamento total no leito do córrego Sóter, sob a ponte localizada no Parque Ecológico do Sóter. A denúncia foi feita por um morador da região em 2024 que relatou ter visto máquinas realizando a supressão vegetal.
RESUMO
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu inquérito civil para investigar o desmatamento no córrego Sóter, em Campo Grande. A denúncia, feita por morador em 2024, relata que máquinas realizaram supressão vegetal total e alteração no curso d'água em trecho de 500 metros. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda não respondeu ao ofício do MPMS que solicita licença ambiental e informações sobre as obras. Segundo denúncia, em 2022 houve remoção completa da vegetação, causando erosão. As obras, que previam construção de lagoa, foram abandonadas no mesmo ano.
A representação também aponta alteração no curso d’água em direção às avenidas Rio Negro e Nelly Martins, em trecho de aproximadamente 500 metros. Em março deste ano, a Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico) recebeu ofício do MPMS solicitando cópia da licença ambiental e demais informações a respeito do Parque Sóter.
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Até o momento, porém, a secretaria não respondeu. Segundo o MPMS, além de não apresentar a licença e a autorização para supressão arbórea, o órgão municipal também não esclareceu qual obra seria executada no local, motivo pelo qual teria ocorrido o desmatamento.
De acordo com a denúncia, em novembro de 2022, foram encontradas no leito do córrego uma pá carregadeira e uma retroescavadeira que antecederam o desmatamento sob a ponte e a abertura do curso d’água em direção ao sul.

“Todas as árvores, grandes e pequenas, e também a vegetação rasteira foram totalmente retiradas do leito e das áreas laterais do córrego, deixando-o completamente nu e desprovido de vegetação protetora”, descreve o relato.
O documento acrescenta que o serviço teria sido feito por uma empresa contratada e que as máquinas foram retiradas em seguida. Com a supressão, o processo de erosão foi acelerado e visitantes do parque registraram reclamações.
“As autoridades colocaram três placas (atualmente vandalizadas) perto da ponte, explicando a possível construção de uma nova lagoa, mas estas obras não tiveram continuidade, foram completamente abandonadas em 2022”, cita outro trecho.
No despacho de instauração do inquérito, o MPMS reiterou o ofício à Semades e informou que aguarda manifestação. A reportagem também procurou a prefeitura, mas até a publicação não obteve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.

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