Em 10 anos, atropelamentos mataram 700 antas e 21 onças em MS
Projeto em análise no Congresso visa diminuir colisões com animais silvestres
O Mato Grosso do Sul concentra casos emblemáticos de colisões entre veículos e animais silvestres. Entre 2013 e 2024, o projeto Incab (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), registrou cerca de 700 antas atropeladas nas estradas do Estado, além de 48 mortes humanas relacionadas a esse tipo de acidente. No trecho da BR-262 entre Corumbá e Miranda, monitorado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), foram contabilizadas 21 onças-pintadas mortas desde 2016.
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Esses números locais se inserem em uma realidade nacional ainda mais preocupante: segundo o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas), aproximadamente 475 milhões de animais silvestres morrem por ano em rodovias brasileiras, uma média de 15 a cada segundo.
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Diante desse cenário, ganha força no Congresso Nacional o Projeto de Lei 466/2015, que cria diretrizes para reduzir atropelamentos de fauna. A proposta, que já passou por todas as comissões, aguarda votação em Plenário. Entre as medidas previstas estão a criação de um Cadastro Nacional de Atropelamentos de Fauna, a definição de responsabilidades entre concessionárias e governos e a instalação de estruturas de travessia, como túneis e passagens aéreas.
No Mato Grosso do Sul, organizações como o IHP, que integra o Observatório Rodovias Seguras para Todos, defendem a aprovação do projeto. A entidade participou da elaboração do manifesto “A Fauna Pede Passagem: por vidas humanas e animais”, também assinado por SOS Pantanal, Onçafari, Instituto Libio, IPÊ e ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres).
Segundo os defensores da proposta, a lei pode reduzir riscos nas estradas, salvar vidas humanas e de animais e ainda diminuir os prejuízos econômicos causados pelos acidentes. No Estado, onde estradas cortam áreas de ocorrência de grandes mamíferos, a expectativa é de que as medidas ajudem a evitar novas perdas.
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