Em sistema inédito, Bioparque Pantanal reproduz Cascudo-viola em cativeiro
A modalidade de reprodução deve se tornar artigo científico em breve e servir de modelo internacional
Em estado crítico de extinção, o Loricaria coximensis, conhecido popularmente como Cascudo-viola, foi reproduzido em cativeiro no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, em protocolo de trabalho inédito no mundo, segundo o biólogo Heriberto Gimênes Junior, coordenador do Projeto Cascudo do Brasil.
A modalidade de reprodução deve se tornar artigo científico em breve. A espécie, listada em risco de extinção pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) em maio de 2014, habita o tanque Ressurgências e Riachos de Cabeceira no Bioparque do Pantanal.
Iniciado no segundo semestre de 2022, os estudos são parte do Projeto Cascudo do Brasil. O biólogo disse que a reprodução acontece por ciclos onde a fêmea bota os ovos e o macho é responsável pela fertilização. Em média, carrega cerca de 50 filhotes em cada processo de nascimento do Cascudo-viola.
De acordo com Gimênes, com o ambiente controlado, quanto mais alta a temperatura da água, mais rápido os ovos eclodem. No Bioparque, a água fica em torno dos 27ºC e 30 ºC em um processo que dura entre 12 e 16 dias, disse o biólogo.
Segundo ele, 280 animais nasceram desde o início do chamado protocolo. Base para o nascimento de outras espécies de cascudos, o tratamento deve virar artigo científico em breve, disse Heriberto Gimênes.
O biólogo explica que a reprodução da espécie contribuirá para estudar a conservação e preservação do animal. “O fato de termos esse animal ameaçado de extinção dentro do nosso plantel nos possibilita entender a biologia dele; hoje ele é nosso modelo de protocolo de reprodução que usamos para outras espécies de cascudo, uma ferramenta muito importante para a conservação das espécies, não só do Cascudo-viola, como espécies de todo o país”, falou.
Diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri destacou a importância do empreendimento. O espaço conta com 168 tanques direcionados à pesquisa, conservação, bioeconomia e sustentabilidade. De acordo com a diretora, o espaço conta com mais de 250 reproduções, de 46 espécies distintas, dentre as quais 12 registros são inéditos para a ciência no mundo e nove no Brasil.
Cascudo-viola - Com 9,6 centímetros de comprimento, o peixe pode ser localizado em uma área de hidrelétrica no Rio Coxim, região norte do Estado. No complexo de água doce, localizado na avenida Afonso Pena, os visitantes têm a oportunidade de conhecer a espécie de perto e, principalmente, entender a importância da conservação por meio da educação ambiental, um dos importantes pilares do empreendimento.
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