Fumaça de queimada que esconde Campo Grande escancara riscos para saúde
O severo quadro climático deixa as vias respiratórias mais vulneráveis a pneumonia e doenças virais, como a covid-19
Sempre esperança de chuva em Campo Grande, a Primavera não trouxe o tão esperado refresco para o clima e a cidade, mais uma vez, amanhece nesta quinta-feira (dia primeiro) escondida em meio à fumaça. A cortina enevoada, resultante de queimadas locais e importadas, como a que chega do Pantanal, escancara riscos à saúde.
“A fumaça da queimada no Pantanal e de outras áreas carrega várias partículas tóxicas, as fuligens que são derivadas do carbono e que tem potencial prejudicial para a nossa respiração. A fumaça tóxica , com fuligem, junto com a ar seco, essa estiagem prolongada. Todos são agressores para as nossas vias respiratórias e predispõe a ter doenças infecciosas”, afirma o presidente presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Mato Grosso do Sul e médico no HU (Hospital Universitário), Henrique Ferreira de Brito.
De acordo com o médico, o quadro climático deixa as vias respiratórias mais vulneráveis a pneumonia e doenças virais, como a própria covid-19.
Além de favorecer o aparecimento de doenças imunoalérgicas como asma, bronquite, rinite. “Doenças que podem ter quadro grave. Realmente é preocupante e tem efeito muito danoso. Traz muito prejuízo”.
No período de estiagem, aumenta em até 40% a procura por atendimento médico. Segundo o especialista, a receita para encarar essa Primavera de calor intenso é a hidratação.
A última chuva em Campo Grande caiu no dia 21 de setembro, depois de um mês de estiagem. Desde então, o Estado bate recordes de calor. Na Capital, a quarta-feira teve temperatura de 38,8ºC, mas com sensação térmica de 47ºC.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) reforça alerta para onda de calor para Campo Grande e outros 61 municípios com temperatura 5ºC acima da média. Também há aviso para baixa umidade relativa do ar para todos os municípios, variando de 12% a 20%.