ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
FEVEREIRO, SEGUNDA  24    CAMPO GRANDE 27º

Meio Ambiente

Mesmo no auge da temporada da chuva, dá para andar no meio do Rio Brilhante

Corpo hídrico fica na Bacia do Rio Paraná, onde há baixa dos aquíferos e expansão de monoculura

Por Aline dos Santos | 12/02/2025 12:09

Apesar da temporada de chuva, típica do verão em Mato Grosso do Sul, o Rio Brilhante, no município de mesmo nome, ainda não se recuperou plenamente da seca e é possível andar no meio do leito, com água na altura do joelho. A situação do rio foi registrada por pescador, na última segunda-feira.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Mesmo durante a temporada de chuvas em Mato Grosso do Sul, o Rio Brilhante ainda sofre com os efeitos da seca, permitindo que pessoas caminhem em seu leito com água apenas na altura do quadril. O pescador Willian Duarte Gonella registrou a situação, destacando que mesmo após chuvas significativas, o rio permanece baixo. Segundo o biólogo Fernando Carvalho, da UFMS, a baixa do Rio Brilhante é influenciada pela drenagem de água para o Rio Paraná e pela monocultura de eucalipto, que consome grandes volumes de água dos aquíferos. A situação é preocupante e reflete a complexidade dos fatores ambientais na região.

“Dia 10 de fevereiro, dei uma passadinha na ponte do Rio Brilhante, na BR-163, perto da cidade para mostrar a situação que se encontra as nossas águas. Semana passada, foram mais de 100 milímetros de chuva e continua assim”, afirma Célio Xavier.

A medição foi feita em pluviômetro instalado em propriedade rural.  O pescador mostra que algumas pilastras da ponte não ficam mais encobertas pela água. Além da margem seca do rio.

Mas por que Brilhante está tão baixo, apesar da chuva intensa? Para o biólogo e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Três Lagoas, Fernando Carvalho, a situação do rio é explicada por uma série de fatores.

“O que podemos inferir é que como o Rio Paraná abaixo da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera está baixo, todos os rios afluentes nessa porção drenam muita água para a calha do Rio Paraná. E não acumulam água em suas bacias. Por isso, os rios da bacia do Rio Ivinhema, como o Brilhante, estão baixo”, diz o professor.

Fernando também aponta a baixa os aquíferos freático e a expansão da monocultura do eucalipto na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná.

“Cada pé de eucalipto consome por dia, em média, 45 litros de água. Basta contar os milhões de árvores plantadas e calcular o quanto de água está saindo dos aquíferos para manter isso”.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias