Onça capturada após ataque fatal apresenta desidratação e alterações renais
Animal está no CRAS da Capital, onde passou por exames veterinários
RESUMO
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A onça-pintada que matou um caseiro no Pantanal de Mato Grosso do Sul está com sérios problemas de saúde, incluindo desidratação e alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, segundo boletim veterinário. O animal, um macho de 9 anos e 94 kg, foi capturado e levado ao CRAS de Campo Grande para exames e tratamento. Após estabilização, será integrado a um programa de monitoramento do Governo Federal. O caso é inédito no Brasil, gerando interesse para estudos sobre o comportamento do felino. O caseiro, Jorge Ávalo, desapareceu na segunda-feira e seus restos foram encontrados na terça, confirmando o ataque do animal.
A onça-pintada que atacou e matou um caseiro no Pantanal de Mato Grosso do Sul está com diversos problemas de saúde, segundo boletim veterinário divulgado na manhã desta sexta-feira (25).
"O animal apresenta desidratação, alterações hepáticas, renais e gastrointestinais", diz um trecho.
Ela passou por exames ontem (24), quando chegou ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande. Alguns deles ainda não têm resultado definido.
"Para concluir o diagnóstico do estado de saúde, os veterinários aguardam laudos e resultados de exames complementares – de raio-x, ultrassom e hemograma", explica outro trecho do boletim.
O felino segue debilitado, de acordo com a avaliação, e requer cuidados "em virtude da situação combalida na qual foi encontrado".
A onça-pintada é um macho de aproximadamente 9 anos e com 94 quilos, um peso bem abaixo do ideal.
Foi necessário anestesiá-lo para fazer os exames. "Após retornar da anestesia, está consciente e não apresentou novos problemas de saúde – vômito, regurgitação – na primeira noite no CRAS", continua o boletim.
"De modo geral, apresenta comportamento dentro da normalidade", pontua o documento.
A onça está num recinto com grades, seguro para o próprio animal e para o manejo realizado por veterinários.
Morte do caseiro - Conhecido como Jorginho, Jorge Ávalo trabalhava em pesqueiro da região de Touro Morto, em Miranda, há cerca de 20 anos. Segundo o irmão, costumava mandar fotos e vídeos mostrando onças-pintadas na área.
O caseiro desapareceu na segunda-feira (21), conforme relato de pescador que foi até o local comprar mel. Marcas de sangue e pedaços que seriam de carne foram encontrados no deck do pesqueiro. A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada e as buscas começaram.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul disse não ter dúvidas sobre o que os restos mortais, encontrados na terça-feira (22), apontam sobre a causa da morte. "Não há duvida nenhuma que o ataque foi de animal de grande porte", destacou o delegado Luis Fernando Mesquita, da delegacia de Aquidauana.
A captura e o destino - A onça foi capturada na madrugada desta quinta-feira (24), por volta das 3h. Foi transportada em comboio até o CRAS de Campo Grande e chegou por volta das 11h.
Durante coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira, o secretário-executivo estadual de Meio Ambiente, Arthur Falcette afirmou que, após passar pelos exames no CRAS e ter o quadro de saúde estabilizado, o animal deverá ser integrado a programa do Governo Federal para monitoramento.
“Ele será direcionado pelo ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para uma instituição de preservação. Essa é uma situação absolutamente atípica. É a primeira onça-pintada no Brasil a ser capturada após ataque a humano, sem dúvidas haverá muita demanda para estudar esse animal. Precisamos entender essa dinâmica”, disse.
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