Projeto para reflorestar o Cerrado de MS recebe financiamento de R$ 200 milhões
Montante será aplicado em ações de restauração e conservação de 49,4 mil hectares em área devastada de Camapuã
Um projeto voltado à recuperação do Cerrado em Mato Grosso do Sul vai receber financiamento de R$ 200 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O montante será aplicado em ações de restauração e conservação de 49,4 mil hectares no município de Camapuã, a 140 quilômetros de Campo Grande.
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A iniciativa é desenvolvida pela Camapuã Agropecuária, vinculada ao BTG Pactual, e inclui duas frentes principais: a restauração de 24,8 mil hectares de áreas consolidadas e a conservação de outros 24,6 mil hectares já preservados.
As atividades envolvem o cercamento de áreas, monitoramento da biodiversidade, controle de espécies invasoras e prevenção de incêndios. Atualmente, cerca de 12 mil hectares já estão em processo de restauração.
De acordo com o BNDES, o projeto segue diretrizes do Código Florestal e da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, buscando recompor a vegetação típica do Cerrado sem novas supressões. A proposta também prevê o uso exclusivo de espécies nativas, com apoio técnico da Universidade Federal de Viçosa, que realiza experimentos em campo e pesquisas sobre restauração ecológica.
As ações contam ainda com a parceria da organização Conservação Internacional, responsável por avaliar áreas degradadas e planejar a formação de corredores ecológicos. A expectativa é que a iniciativa contribua para a redução de emissões de gases de efeito estufa e gere créditos de carbono, estimados em até 36 milhões ao longo da execução do projeto.
Em março de 2024, o Campo Grande News havia adiantado que o grupo investiria no plantio de 20 mil hectares de floresta em Camapuã. A instituição é gestora de fundos de investimento e tem apostado em projetos desse tipo, de olho nos créditos de carbono, como ativo financeiro.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, a área antes era usada para pecuária e ficou degradada ao longo dos anos. A recuperação florestal, explica, deve ocorrer de forma gradual, com recomposição total prevista para um período de 20 a 25 anos.
O secretário também destacou, na época, que o carbono retido pela floresta nativa tende a ter valor mais elevado no mercado do que o obtido em outra parte do empreendimento, voltada ao plantio de eucalipto. Essa área de eucalipto deve estar pronta para exploração comercial em cerca de 12 anos, mas, segundo Verruck, não será destinada à produção de celulose.
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