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Política

Alvo da Lei Maria da Penha, ex-prefeito é preso e paga fiança de R$ 1,5 mil

Manoel Nunes da Silva nega ameaças e diz que munições apreendidas são da ex-esposa

Por Aline dos Santos | 24/08/2025 10:48


RESUMO

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Ex-prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva, foi preso em flagrante por posse irregular de munições, mas pagou fiança de R$ 1.518 e foi liberado. A prisão ocorreu durante cumprimento de medida protetiva solicitada por sua ex-esposa, atual vereadora da cidade. A Justiça determinou que o ex-prefeito mantenha distância de 100 metros da vítima e frequente programas de reeducação. Na residência, foram encontradas 124 munições de diferentes calibres. Manoel alega que as munições pertencem à ex-esposa e nega ter feito ameaças.

Ex-prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PL), 58 anos, foi preso em flagrante com munições em casa. A prisão durou algumas horas: cumprida no começo da manhã de sábado (dia 23) e com a fiança de R$ 1.518 paga antes do meio-dia.

Na sexta-feira (dia 22), a juíza Larissa Luiz Ribeiro, da Vara Criminal – Infância e Juventude de Coxim, determinou cumprimento de mandado de busca e apreensão no imóvel de Manoel numa ação de medida protetiva de urgência, prevista na Lei Maria da Penha. A ex-esposa, que é vereadora na cidade, relatou que a separação aconteceu há três meses, mas que  ele não aceitava o fim do relacionamento.

A magistrada determinou que Manoel se afaste do lar, mantenha distância de 100 metros da vítima, frequente programas de recuperação e reeducação, além da suspensão por 60 dias do porte de arma.

O mandado de busca foi cumprido às 6h30 do sábado, em residência no Centro de Alcinópolis. Manoel afirmou que tinha munições no guarda-roupa, mas que pertenciam à ex-esposa. Foram apreendidas 106 munições calibre 22 e 18 munições calibre 38.

Conforme o registro policial, o ex-prefeito não apresentou notas fiscais ou documentação comprobatória da aquisição das munições, impossibilitando a verificação de sua origem lícita e deixando de atender às determinações legais.

Manoel disse aos policiais que o casal é CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) e tinha cinco armas de fogo, duas dele e três da então esposa. Mas que a ex-esposa levou todas quando saiu da casa.

O delegado José Wilson Ferreira da Silva arbitrou a fiança de R$ 1.518 para que o ex-prefeito responda em liberdade ao processo por posse irregular de arma de fogo de uso permitido. Às 20h35 de sábado, o juiz plantonista Rafael Gustavo Mateucci Cassia homologou a decisão.

Alvo da Lei Maria da Penha, ex-prefeito é preso e paga fiança de R$ 1,5 mil
Manoel Nunes foi cadidato em 2024 a prefeito de Alcinópolis. (Foto: Reprodução)

"Nunca ameacei ninguém"  - Ao Campo Grande News, o ex-prefeito afirmou que nunca ameaçou a ex-esposa e se surpreendeu com o registro de Boletim de Ocorrência feito por ela na última quinta-feira (dia 21).

“Nunca ameacei ninguém. As armas são legalizadas e as duas caixas de bala que acharam na minha casa são dela. Realmente, não queria separar, mas depois eu concordei e pedi a separação de corpos. Estou tranquilo. Não cometi nenhum erro, mas a lei protege a mulher. A prerrogativa é que tudo que a mulher fala é verdade e tudo o que homem fala é mentira. Ela foi muito ingrata. Pedi para que a minha família votasse nela, mas foi só pegar o poder que meteu o pé na minha bunda”, diz Manoel.

O pedido de separação de corpos foi feito em 20 de julho deste ano, onde relata que a esposa deixou a casa em 27 de maio.

Ele ainda afirma que autorizaria a entrada da polícia a qualquer hora. “Não sou bandido. É só chegar que eu autorizo a entrar. Não tenho nada a esconder”.  Segundo Manoel, todos os bens do casal estão em nome dela e ele não tem dinheiro para sobreviver.

No Boletim de Ocorrência, a vereadora relatou sobre a questão financeira, de que os bens estão em seu nome, mas também responde pelas dívidas. A identidade dela será preservada pelo  Campo Grande News por ser a vítima.

Vereador assassinado – Prefeito de Alcinópolis eleito em 2008, Manoel Nunes da Silva chegou a ser preso na investigação do assassinato do vereador Carlos Antônio Costa Carneiro, presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis. O parlamentar foi morto na Avenida Afonso Pena, Centro de Campo Grande, em 26 de outubro de 2010.

Em fevereiro de 2016, a Justiça considerou que não havia provas que o ex-prefeito foi o mandante do homicídio. Manoel voltou a ser candidato em 2012 e 2024, mas não foi eleito.

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