Contas de MS têm déficit no 3º bimestre, apesar de manter superávit em 2025
Rombo de R$ 180 milhões no limite, indica que no período governo gastou mais do que arrecadou
Mato Grosso do Sul fechou o 3º bimestre de 2025 com resultado primário negativo de 2% da RCL (Receita Corrente Líquida), o que corresponde a R$ 180 milhões, segundo o RREO (Relatório Resumido de Execução Orçamentária) do Tesouro Nacional.
RESUMO
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O boletim reúne informações enviadas pelas unidades da federação por meio do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro) e suas informações indicam que o governo estadual está gastando mais do que arrecada em impostos e tributos, sem incluir os juros da dívida pública ou outras despesas financeiras.
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O desempenho representa uma ligeira piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o deficit primário havia sido de 1% da RCL, aproximadamente R$ 130 milhões no mesmo período analisado.
Apesar de fiar no negativo, o resultado orçamentário foi positivo em 6%, com as receitas superando as despesas liquidadas em R$ 630 milhões até junho, conforme avaliação de técnicos do Tesouro Nacional ao Campo Grande News.
Além de Mato Grosso do Sul, apenas Goiás e Piauí apresentaram deficit nas contas fiscais, ambos com resultado primário negativo de 4% da receita líquida.
No caso sul-mato-grossense, a variação da dívida consolidada manteve-se estável em comparação com o mesmo período do ano anterior. No caso de restos a pagar (RP), o governo estadual liquidou 81% do estoque dos valores.
A execução das despesas foi distribuída da seguinte forma: 17% em Educação, 17% em Saúde, 20% em Previdência Social e 11% em Segurança Pública. Do total liquidado, 59% foram destinados ao pessoal (servidores públicos), ficando a um ponto do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal; 26% a custeio; 10% a investimentos; e 3% ao serviço da dívida.
Outro destaque é a poupança corrente, que alcançou 13% da RCL proporcional acumulada até o bimestre (maio e junho). O resultado indica capacidade de investimento com recursos próprios, sem depender exclusivamente de receitas de capital. Quanto à composição da receita corrente, 75% vieram de arrecadação própria e 25% de transferências.
“A poupança corrente equivale ao valor das receitas correntes menos as despesas correntes liquidadas: é indicador da autonomia para realizar investimentos com recursos próprios ou, quando negativa, da dependência de receitas de capital para realizá-los”, explicou a equipe técnica do Tesouro Nacional.
Meta para 2025
Apesar de deterioração das contas fiscais até junho, o governo estadual prevê encerrar o exercício orçamentário deste ano com um superavit primário de R$ 366,2 milhões, conforme o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, enviado à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) em junho. Na LDO para 2025, sancionada em julho de 2024, o governo havia estabelecido meta para o resultado primário de 2025 de 1% da RCL, incluindo o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). Porém, para 2026, ano eleitoral, o governo prevê déficit primário de R$ 207,2 milhões.