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Economia

Contas de MS têm déficit no 3º bimestre, apesar de manter superávit em 2025

Rombo de R$ 180 milhões no limite, indica que no período governo gastou mais do que arrecadou

Por Viviane Monteiro, de Brasília | 24/08/2025 09:46
Contas de MS têm déficit no 3º bimestre, apesar de manter superávit em 2025
Fachada da Governadoria no Parque dos Poderes, em Campo Grande (Foto: Arquivo)

Mato Grosso do Sul fechou o 3º bimestre de 2025 com resultado primário negativo de 2% da RCL (Receita Corrente Líquida), o que corresponde a R$ 180 milhões, segundo o RREO (Relatório Resumido de Execução Orçamentária) do Tesouro Nacional.

RESUMO

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Mato Grosso do Sul registrou déficit primário de R$ 180 milhões no terceiro bimestre de 2025, equivalente a 2% da Receita Corrente Líquida. O estado gastou mais do que arrecadou com impostos e tributos, sem contabilizar juros da dívida. O resultado representa piora em relação ao mesmo período de 2024, quando o déficit foi de R$ 130 milhões (1% da RCL).Apesar do déficit bimestral, o resultado orçamentário acumulado até junho foi positivo em R$ 630 milhões (6%). Goiás e Piauí também apresentaram déficit primário no período. O governo estadual liquidou 81% dos restos a pagar e alocou as despesas principalmente para Educação, Saúde, Previdência e Segurança Pública. A previsão para 2025 é de superávit primário de R$ 366,2 milhões, mas para 2026, ano eleitoral, a projeção é de déficit de R$ 207,2 milhões.

O boletim reúne informações enviadas pelas unidades da federação por meio do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro) e suas informações indicam que o governo estadual está gastando mais do que arrecada em impostos e tributos, sem incluir os juros da dívida pública ou outras despesas financeiras.

O desempenho representa uma ligeira piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o deficit primário havia sido de 1% da RCL, aproximadamente R$ 130 milhões no mesmo período analisado.

Apesar de fiar no negativo, o resultado orçamentário foi positivo em 6%, com as receitas superando as despesas liquidadas em R$ 630 milhões até junho, conforme avaliação de técnicos do Tesouro Nacional ao Campo Grande News.

Além de Mato Grosso do Sul, apenas Goiás e Piauí apresentaram deficit nas contas fiscais, ambos com resultado primário negativo de 4% da receita líquida.

No caso sul-mato-grossense, a variação da dívida consolidada manteve-se estável em comparação com o mesmo período do ano anterior. No caso de restos a pagar (RP), o governo estadual liquidou 81% do estoque dos valores.

Contas de MS têm déficit no 3º bimestre, apesar de manter superávit em 2025
Contas de MS têm déficit no 3º bimestre, apesar de manter superávit em 2025

A execução das despesas foi distribuída da seguinte forma: 17% em Educação, 17% em Saúde, 20% em Previdência Social e 11% em Segurança Pública. Do total liquidado, 59% foram destinados ao pessoal (servidores públicos), ficando a um ponto do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal; 26% a custeio; 10% a investimentos; e 3% ao serviço da dívida.

Outro destaque é a poupança corrente, que alcançou 13% da RCL proporcional acumulada até o bimestre (maio e junho). O resultado indica capacidade de investimento com recursos próprios, sem depender exclusivamente de receitas de capital. Quanto à composição da receita corrente, 75% vieram de arrecadação própria e 25% de transferências.

“A poupança corrente equivale ao valor das receitas correntes menos as despesas correntes liquidadas: é indicador da autonomia para realizar investimentos com recursos próprios ou, quando negativa, da dependência de receitas de capital para realizá-los”, explicou a equipe técnica do Tesouro Nacional.

Meta para 2025

Apesar de deterioração das contas fiscais até junho, o governo estadual prevê encerrar o exercício orçamentário deste ano com um superavit primário de R$ 366,2 milhões, conforme o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, enviado à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) em junho. Na LDO para 2025, sancionada em julho de 2024, o governo havia estabelecido meta para o resultado primário de 2025 de 1% da RCL, incluindo o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). Porém, para 2026, ano eleitoral, o governo prevê déficit primário de R$ 207,2 milhões.