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Política

Após pedir vaga em presídio, PF libera "Tio Trutis"

Deputado federal é alvo de investigação por forjar atentado e foi pego com arma irregular esta manhã

Marta Ferreira, Clayton Neves e Miriam Machado | 12/11/2020 20:45
O deputado federal Loester Trutis, que foi preso em flagrante esta manhã e liberado pela PF. (Foto: Divulgação/Câmara)
O deputado federal Loester Trutis, que foi preso em flagrante esta manhã e liberado pela PF. (Foto: Divulgação/Câmara)


O deputado federal Loester Carlos (PSL), o “Tio Trutis”, preso em flagrante nesta manhã pela PF (Polícia Federal), foi solto quando já estava até com vaga reservada para transferência ao Presídio Militar, na saída para Três Lagoas em Campo Grande. A apuração feita é de que o parlamentar foi liberado pela PF e não chegou a passar pelo exame de corpo de delito, praxe entre pessoas presas, como estava previsto anteriormente.

Não foi levantado o horário exato da soltura. “Trutis” foi preso antes das 7h. Ficou na PF pelo menos até  as 15h30, quando camionete branca deixou o lugar e, segundo as informações obtidas, o levaria para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), para o exame.

O veículo não foi visto entrando nem saindo do lugar.

A equipe do Campo Grande News confirmou que havia sido reservada vaga no Presídio Militar a pedido da PF, sob alegação de não haver estrutura para ficar com o preso na carceragem da Superintendência na Vila Sobrinho.

Estava tudo certo para Loester Carlos ficar em cela separada na unidade onde policiais militares envolvidos em crimes cumprem pena definitiva ou provisória. Também existe uma ala só para advogados no estabelecimento. “Trutis” iria para o lugar em razão do cargo ocupado, informação confirmada pela Auditoria Militar, que cuida da execução penal no Presídio Militar.

Por volta das 20h, porém, o Campo Grande News obteve a informação de que ele estava em liberdade e vai responder dessa forma pelo flagrante de hoje.

A PF não divulgou detalhes da prisão nem esclareceu o motivo da liberação do parlamentar. O que foi havia sido levantado com fontes da reportagem é que “Trutis”, ao ser alvo de busca e apreensão, foi encontrado com arma de uso restrito, configurando crime inafiançável e por isso a prisão em flagrante. A arma seria uma pistola Glock 9 mm.

Nem o gabinete do deputado, nem assessores de imprensa, tampouco os advogados dele se manifestaram sobre a prisão e a investigação policial. O Campo Grande News tentou falar com Jozacar Agnelli, do escritório de advocacia contratado pelo deputado. Ele se recusou a conversar.

Nada a declarar”, resumiu, ao ser indagado sobre a liberação do deputado federal.

Logo cedo - Trutis recebeu a visita de policiais federais ao amanhecer, em cumprimento de mandados da “Operação Tracker”, para investigar suspeita de simulação de atentado denunciado por ele em fevereiro deste ano. Segundo divulgou nas redes sociais, o carro onde viajava pela BR-060, em Campo Grande, foi alvejado, e o político disse ter conseguido revidar e sobreviver ao ataque por estar armado com pistola .380.

Durante a ação desta quinta-feira, com 50 policiais federais mobilizados.

Diante de tudo o que veio a público, “Trutis” corre risco de ser processado pela Câmara Federal por quebra de decoro parlamentar, cujo pior resultado para é a perda do mandato. Em entrevista ao Campo Grande News, o corregedor da Câmara, deputado federal Paulo Bergston, falou da possibilidade, ao ser informado sobre os fatos.

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