Com ajuda insuficiente da União, Puccinelli fará cortes em secretarias
O governador André Puccinelli (PMDB) afirmou que vai determinar cortes imediatos na administração estadual devido aos prejuízos causados pela chuva em Mato Grosso do Sul. “Os cortes terão que ser feitos”, afirmou em entrevista ao jornal Bom Dia MS, da TV Morena.
Ele frisa que nas áreas de educação e saúde o governo é obrigado, por lei, a cumprir um repasse mínimo. Segundo Puccinelli, o Estado destinou 13,56% para a saúde, mas agora vai somente cumprir o mínimo de 12%. “Cortes se farão naquelas secretarias onde a prioridade fica menor do que a secretaria de obras”, enfatiza.Puccinelli afirma que os cortes devem ser imediatos. “Para não sofrer consequências piores”.
Na última sexta-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, veio ao Estado e sobrevoou a região de Aquidauana, onde a cheia expulsou famílias de casa, destruiu pontes e estradas. Totalizando prejuízo de R$ 24 milhões.
O ministro anunciou repasse de R$ 5 milhões, apesar de somente o Estado apontar necessidade de R$ 110 milhões para recuperar vias e pontes.
“Não resolve nada”, diz Puccinelli sobre o auxílio financeiro da União.
Ele considera que foi uma decisão política. “O governo federal tem 300 bilhões de dólares de reserva. Há momentos em que a decisão política é que atua”.
Os R$ 5 milhões serão utilizados na reconstrução de estradas para escoar o restante da safra. “Há necessidade de mais dinheiro”, salienta o governador.
O Estado também amarga perdas na safra de soja e com o retardo no plantio do milho. O prejuízo supera R$ 1 bilhão. O governador espera que o Conselho Monetário Nacional autorize renegociação das dívidas dos produtores. “Temos quase 3 mil desalojados. Foi a maior enchente de todos os tempos”.