Com apoio de delegados do Estado, PMDB resgata nome de sua fundação
Dirigentes estaduais participaram em Brasília de votação que aprovou mudança para MDB. Delegado afirma que o partido ainda poderá adotar o nome “Move” perante a população
Delegados nacionais do PMDB de Mato Grosso do Sul participaram na manhã desta terça-feira (19) em Brasília da votação que muda o nome do partido. A decisão, já antecipada por lideranças há alguns meses, fará a agremiação resgatar a sigla MDB (Movimento Democrático Brasileiro). A alteração faz parte de um processo que pode levar, ainda, à reestruturação de pontos do estatuto do partido –algo que será discutido em 2018, antes das eleições.
Entre os presidentes no encontro, foram 325 favoráveis, 88 contrários e 27 em branco pela mudança do nome para MDB. Além do presidente regional, André Puccinelli, participaram da votação como delegados o ministro e deputado federal licenciado Carlos Marun (Secretaria de Governo), os senadores Simone Tebet e Waldemir Moka, o deputado estadual Renato Câmara e os integrantes do diretório Ulisses Rocha, Vanderlei Cabeludo, Carla Stephanini, Alfredo Martins e Mario Cogo.
A mudança segue uma tendência já adotada por outros partidos no Brasil e também no exterior, que alteraram a forma com a qual se apresentam à sociedade para melhor dialogar com o eleitorado –principalmente os jovens.
A diferença é que o MDB decidiu resgatar a sigla usada durante a ditadura, quando protagonizou a cena política nacional com a Arena –Aliança Renovadora Nacional, que evoluiu para PDS, viu dissidentes fundarem o PFL (atual Democratas) e chegou ao atual PP, que também mudou o nome para Progressistas neste ano.
“No momento não temos ninguém empolgado com nenhum partido no Brasil, mas, em termos de preferência, o PMDB segue como o mais citado justamente porque tem história. São mais de 50 anos. E o MDB foi o nome que originou o partido, criado como um movimento democrático que combatia o regime”, explicou Ulisses Rocha.
Comunicação – Para Ulisses, a mudança de nome será benéfica para o MDB, permitindo uma leve mudança na identidade visual –a logo do PMDB manteve o desenho, perdendo apenas o “P”, já sendo usada com o novo design–, que deve vir acompanhada de uma nova forma de se comunicar com as pessoas, “principalmente a juventude”. “Uma nova identidade permite você adotar de melhor forma essas mudanças”, pontuou, citando a tendência de maior imersão nas redes sociais.
A estratégia, conforme o dirigente, pode envolver ainda a adoção do “apelido” Move –de Movimento–, tema que deve ser avaliado nas próximas reuniões da cúpula.
Postura – Favorável à aleração do nome, Waldemir Moka prega que o MDB adote outras alterações mais profundas, o que deve ocorrer até março de 2018. “Esta é uma época na qual o partido quer uma mudança não só de nome, mas de postura”, afirmou.
Moka mostrou-se favorável a temas como a renovação da cúpula do MDB. “Mas não só renovação teórica. Tem de ser na prática. Não adianta colocar gente nova com as mesmas práticas. Temos muita gente nesse meio que tem condições de ajudar o partido”. Na reunião de março, frisou, deve ser discutida a adoção de novas bandeiras.