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Política

Deputado quer envio de programação do Marco com antecedência

Polêmica começou ontem (14), com apreensão de obra de arte que deputados consideraram apologia à pedofilia

Leonardo Rocha | 15/09/2017 11:20
Paulo Siufi quer programação do Marco com antecedência (Foto: Victor Chileno/ALMS)
Paulo Siufi quer programação do Marco com antecedência (Foto: Victor Chileno/ALMS)

Após a polêmica com a obra da artista Alessandra Cunha Ropre, que resultou na apreensão da mesma pela polícia civil, o deputado Paulo Siufi (PMDB), um dos parlamentares que fizeram a denúncia, disse que vai requisitar que o Marco (Museu de Arte Contemporânea) envie com antecedência, a programação das suas exposições, para Assembleia Legislativa.

"Vou fazer este pedido por meio de requerimento ou através de projeto de lei, para que tenhamos acesso do que vai ser exposto no local. Não vai se tratar de um censura, mas sim para termos conhecimento sobre o que o Marco está apresentando ao público", disse o parlamentar ao Campo Grande News.

Siufi diz que cumpriu seu papel de denunciar a obra para a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), sendo esta responsável por tomar as medidas cabíveis. "Não sou a favor da censura, mas entendo que aqueles quadros, principalmente de pedofilia, deveriam ficar restritos a maiores de 18 anos e não de livre acesso a crianças e adolescentes".

O parlamentar comentou que caberá a polícia apurar se a obra, que faz parte da exposição “Cadafalso”, fez apologia a pedofilia. "Eles vão avaliar e tomar as decisões, a minha preocupação era que ficasse restrito, minha equipe foi ontem (15) de manhã, e tinha apenas uma recomendação para menores de 12 anos, nem era proibitiva".

Para Herculano Borges (SD), que também foi um dos autores da denúncia, a polícia tomou a atitude correta e que vai servir de alerta para os museus terem mais controle, sobre as restrições de acesso a crianças e adolescentes. "Se houvesse este cuidado antes, colocando impedimento a menores de 18 anos, teria evitado toda a polêmica".

Ele disse que apesar do objetivo da obra ser provocar reflexão, precisava estar em local e com público adequado. "Não sou contra a arte, mas esta principalmente o quadro de pedofilia, achei ofensivo, mas entendo que os gestores desta área ficarão mais atentos e tendo mais zelo daqui em diante".

Já Lídio Lopes (PEN), que levou o assunto para Assembleia, disse que também acionou o Ministério Público. "Foi fundamental a atuação da polícia e entendo que depois deste caso, todo o sistema cultural vai refletir melhor, na hora de abrir espaço (exposições) e definir o local certo e tendo o devido controle em relação a idade permitida".

Quadro foi apreendido ontem (14) no Marco, pela Polícia Civil (Foto: Marina Pacheco)
Quadro foi apreendido ontem (14) no Marco, pela Polícia Civil (Foto: Marina Pacheco)

Apreensão - A Polícia Civil apreendeu ontem (14) o quadro “Pedofilia”, que estava em exposição no Marco (Museu de Arte Contemporânea), no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Apesar de estar no lugar desde junho, só ontem a mostra gerou denúncia à DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), por deputados estaduais que apontaram apologia à pedofilia nas obras.

O delegado Fábio Sampaio, acatou o argumento e apreendeu uma das obras, alegando que há incitação ao crime. A coordenadora do Museu, Lúcia MontSerrat, afirmou que estava triste com o episódio. Indagada se vê problema no quadro, ela respondeu que vê, na verdade, uma denúncia à sociedade.

O movimento contra a exposição “Cadafalso”, da artista foi o centro de acalorados debates na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, de quinta-feira (14). Os deputados classificaram a obra da artista como promoção “de sacanagens e desrespeito à família e aos bons costumes”, depois Paulo Siufi, Herculano Borges e Coronel David, fizeram a denúncia oficialmente.

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