Deputados irão cobrar União para rever valores da região do Buriti
Os deputados estaduais se manifestaram em relação aos valores apresentados pelo governo federal no mês passado aos produtores rurais nas áreas que estão em conflito. Eles esperam que com a pressão do legislativo e executivo estadual, a União possa rever estes valores e dispor de um pagamento justo aos produtores.
“Com o retorno das atividades no legislativo, vamos voltar a cobrar e exigir além de uma solução para estes conflitos, uma revisão de valores, pois o que foi apresentado não corresponde à realidade”, declarou Mara Caseiro (PT do B).
De acordo com ela, o governo federal precisa pagar o que vale no “mercado” e não apenas uma forma de “compensação” em função dos conflitos.
“Estaremos vigilantes e vamos defender uma solução justa para ambas as partes, esta questão precisa ser definida ainda este ano”.
Caseiro ponderou que o produtor não quer mais conflitos e preocupações, pois teve um ano muito difícil em 2013. “Aquele que produz no Estado quer ter paz para seguir sua vida e seu cultivo, precisa ter segurança jurídica para seguir em frente”.
O deputado Zé Teixeira (DEM) afirmou que conversou com os representantes dos produtores rurais que repassaram a informação que a avaliação feita pelo governo federal está “sem fundamento” e não leva em conta a lei aprovada na Assembleia Legislativa.
“Foi aprovado o Fepati (Fundo Estadual de Terras Indígenas) para dar condições a esta negociação e lá está definido que o valor a ser pago deve ser o de mercado, a Funai (Fundação Nacional do Índio) não pode fazer esta avaliação”.
O democrata ressalta que a terra não foi considerada indígena pela justiça, então não tem porque ser avaliada pela Funai. Ele também argumenta que o local tem “terra fértil” e sempre foi bem valorizado. “Deve ser pago de 10 a 12 mil por hectare, qualquer valor abaixo disto não corresponde à realidade”.
Proposta – No dia 17 de janeiro o governo federal propôs pagar R$ 78 milhões por 30 das 34 fazendas localizadas na região do Buriti, em um total de 15 mil hectares. Os produtores esperavam uma “oferta” de R$ 150 milhões, já que avaliaram que pagariam R$ 6,6 mil por hectare bruto, que somando com as benfeitorias chegariam a R$ 10 mil.
Os produtores já receberam o relatório da União e irão contestar os valores apresentados, para que a União possa fazer uma nova proposta.
Outra sugestão é que estas avaliações sejam feitas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e não pela Funai.