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Política

Em 18 anos, Tereza Cristina passou de candidata derrotada em Terenos à senadora

Eleita com 829.149 votos, ex-ministra da Agricultura consolidou carreira política aliada ao agronegócio

Jhefferson Gamarra | 02/10/2022 22:22
Ex-ministra e agora senadora da República, Tereza Cristina durante campanha (Foto: Divulgação)
Ex-ministra e agora senadora da República, Tereza Cristina durante campanha (Foto: Divulgação)

Com 100% das urnas apuradas neste domingo (2), a deputada federal Tereza Cristina (PP) foi eleita senadora por Mato Grosso do Sul com 829.149 votos válidos, o que representa 60,85% do total, confirmando as pesquisas que indicavam uma vitória tranquila para a candidata à única vaga em disputa.

Ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta (União) ficou em segundo lugar na disputa com 206.093 votos (15,12%), seguido de Tiago Botelho (PT) que obteve 178.041 votos (13,07%). Odilon de Oliveira (PSD) teve 146.261 votos (10,73%), seguido de Anizio Tocchio (Psol) com 2.101 votos (0,15%) e Jefferson Bezerra (Agir) com 1.000 (0,07%).

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Perfil e trajetória política - Natural de Campo Grande, nascida no dia 6 de julho de 1954, Tereza Cristina é filha de Fernando Augusto Correa da Costa e Maria Manuelita Alves de Lima Correa da Costa. Bisneta de Pedro Celestino Corrêa da Costa e neta de Fernando Corrêa da Costa, ex-governadores de Mato Grosso. É casada, mãe de dois filhos e avó de dois netos.

Formou-se em engenharia agronômica pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) em Minas Gerais. No início da carreira, administrou fazendas da família. Depois se mudou para São Paulo, onde teve experiências profissionais em empresas privadas do agronegócio. No fim da década de 1990, fez parte da diretoria em diversas associações ligadas ao agronegócio de Mato Grosso do Sul, além de grupos sindicais representativos de classe, como: Aprosul (Associação dos Produtores de MS) e Acrissul (Associação dos Criadores de MS).

Foi diretora-presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), entre 2001 e 2003 e foi superintendente do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Ex-ministra da Agricultura no atual governo do presidente de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina disputou sua primeira eleição em 2004 pelo PSDB, quando concorreu à prefeitura de Terenos, cidade que atualmente possui pouco mais de 22 mil habitantes. Na ocasião, Tereza obteve 2.881 votos e acabou derrotada por seu colega de parlamento, deputado federal Beto Pereira.

Entre 2007 e 2014, participou ativamente da gestão do então governador André Puccinelli (PMDB), ocupando o cargo de secretária titular na Seprotur (Secretaria de desenvolvimento agrário, da produção, da indústria, do comércio e do turismo de MS). Também foi diretora da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal) e da MS Mineral (Empresa de Gestão de Recursos Minerais de MS), além de presidente do conselho nacional de secretários de agricultura no Estado.

Tereza Cristina quando tomou posse na FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) (Foto: Divulgação)
Tereza Cristina quando tomou posse na FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) (Foto: Divulgação)

Tereza Cristina Voltou às urnas em 2014, concorrendo a uma vaga de deputada federal pelo PSB, sendo eleita com 75.149 votos. No exercício do mandato, foi líder do PSB na Câmara liderando um grupo de 36 deputados, mas acabou destituída da liderança por discordar de algumas posições da sigla durante o governo Michel Temer (PMDB). Em 2017, migrou para o DEM, partido do qual também se tornou líder da bancada e em 2018 assumiu a presidência da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), grupo de parlamentares que defendem o agronegócio no Congresso Nacional.

Referência nacional entre os ruralistas, Tereza concorreu à reeleição nas eleições de 2018 pelo DEM, sendo reconduzida ao cargo com 75.068 votos. Antes mesmo se empossada para um novo mandato, foi anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro como ministra da Agricultura, após longa reunião e discussão com integrantes da frente parlamentar da agropecuária. Quando tomou posse na Câmara dos Deputados, em janeiro de 2019, se licenciou para assumir a pasta da Agricultura.

Tereza Cristina durante posse como ministra da Agricultura no governo Bolsonaro (Foto: Divulgação)
Tereza Cristina durante posse como ministra da Agricultura no governo Bolsonaro (Foto: Divulgação)

O comando de uma das pastas mais importantes do País durou até 30 de março de 2022, quando pediu exoneração do cargo para disputar o Senado em Mato Grosso do Sul pelo PP. Durante a corrida eleitoral teve amplo apoio do presidente Jair Bolsonaro e de movimentos ligado ao agronegócio de todo o País. No pleito deste ano, Tereza Cristina declarou patrimônio de R$5.677.998,97 e recebeu R$2.725.192,31 em doações para a campanha.

Suplentes - A chapa da ex-ministra é formada por 1º e 2º suplentes, o Tenente Portela (PL) e o médico Paulo Salomão (PP), respectivamente.

Tenente Portela - O primeiro suplente da candidata Tereza Cristina é o militar da reserva Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela. Nascido no interior de São Paulo, na cidade de Tabaraí, Portela atualmente reside em Campo Grande, é casado, tem 61 anos, ensino médio e disputa seu primeiro cargo político. Segundo a Justiça Eleitoral, tem R$ 269,6 mil em bens declarados.

Portela é amigo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A relação entre os dois começou em 1979, quando Bolsonaro serviu no 9° Grupo de Artilharia de Campanha, em Nioaque, a 184 km de Campo Grande.

Paulo Salomão - Segundo suplente e atualmente desempenhando a função de vice-prefeito de Três Lagoas, cidade do interior do Estado distante 327 quilômetros de Campo Grande, Paulo Jorge Salomão da Câmara Nery, o Paulo Salomão, tem 42 anos e filiado ao PP (Progressistas). Em 2016 foi eleito vice-prefeito da cidade pela primeira vez, também sua primeira experiência na política, e reeleito para a função em 2020.

Médico especialista em Medicina Esportiva e Reabilitação pela USP (Universidade de São Paulo), é também empresário do ramo imobiliário e médico no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. De acordo com a Justiça Eleitoral, ele tem R$ 886,2 mil em bens declarados.

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