História se repete e crime eleitoral na eleição de Tacuru volta à Justiça
A Justiça Eleitoral instaurou processo por compra de votos contra Carlos Pelegrini (PMDB), que foi eleito prefeito em eleições suplementares no dia 4 de junho em Tacuru, a 427 quilômetros de Campo Grande. O caso veio à tona com base em denúncia feita pelo candidato derrotado Paulo Mello (PP).
O progressista afirma que Pelegrini pagou R$ 50 mil pelo transporte irregular de eleitores no dia da votação.
Em anexo à denúncia foram encaminhados à Justiça áudios de conversa entre o prefeito eleito e cabos eleitorais em que ele fala a respeito de buscar pessoas que vivem fora de Tacuru, mas que poderiam votar nele.
No dia do pleito, uma van que estaria transportando os eleitores foi interceptada pela polícia. Conforme boletim de ocorrência registrado na ocasião, o motorista afirmou que apenas foi contratado por uma pessoa chamada Anatália para buscar um grupo em um município paranaense.
Para o condutor, ela teria dito que se tratavam de parentes. Contudo, um dos passageiros, em depoimento informal, disse ter sido levado até Tacuru para as eleições.
O candidato derrotado pede, dessa forma, que seja cassado o registro da chapa encabeçada por Pelegrini ou que seja cancelada a diplomação, caso a sentença seja emitida após a posse. O Campo Grande News tentou contato com o prefeito eleito, mas ele não atendeu as ligações.
Disputa – A eleição suplementar teve de ser realizada depois que os pedidos de candidatura Claudio Rocha Barcelos, o Dr. Claudio (PR), e Adailton de Oliveira foram indeferidos para assumir em outubro do ano passado.
O dia da votação foi marcado por ao menos 12 denúncias de crimes eleitorais. Entre os presos estava Claudinei Caitano Angelo, de 36 anos, um vendedor de espetinhos que estaria usando o negócio para distribuir dinheiro. Com ele foram encontrados R$ 1.934 em notas de alto valor, segundo a polícia, “incompatível com seu tipo de comércio”, uma vez que ele a refeição a R$ 3,50.
Junto com Claudinei foi abordado Valdecir Paula Lima, de 50 anos, que havia estacionado ao lado do ponto de venda um veículo cheio de material de campanha, incluindo os santinhos com o nome do candidato marcado para que o eleitor não esqueça o número e vote “corretamente”.
Claudinei e Valdecir não pertencem à coligação do prefeito eleito, conforme informação recebida pelo Campo Grande News.
Os dois foram detidos e não souberam explicar a origem do dinheiro e dos “santinhos”.