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Política

Venda de espetinho é usada como disfarce para a compra de voto, suspeita polícia

Anahi Zurutuza | 04/06/2017 18:14
Eleitor confirmando voto na urna eletrônica; neste domingo, ato praticado neste domingo por cerca de 5 mil eleitores em Tacuru (Foto: TSE/Divulgação)
Eleitor confirmando voto na urna eletrônica; neste domingo, ato praticado neste domingo por cerca de 5 mil eleitores em Tacuru (Foto: TSE/Divulgação)

Um vendedor de espetinho foi preso no fim da tarde deste domingo (4) por suspeita de compra de votos em Tacuru – cidade a 427 km de Campo Grande que escolheu o novo prefeito neste domingo (4). Policiais civis monitoraram o comércio o dia todo, após receberam denúncia de compra de votos e fizeram a detenção em flagrante faltando poucos minutos para o fim da votação, às 17h.

De acordo com o boletim de ocorrência, a denúncia chegou pela manhã, mas quando a equipe foi fazer a verificação encontrou várias pessoas conversando no ponto de venda de espetinho ao lado da rodoviária da cidade, mas sem evidências de que no local haveria compra de voto.

No fim da tarde, entretanto, os policiais que estavam acompanhando a movimentação no local durante o dia abordaram Claudinei Caitano Angelo, de 36 anos, e com ele encontraram R$ 1.934 em notas de alto valor, segundo a polícia, “incompatível com seu tipo de comércio”, uma vez que ele vende espetinhos a R$ 3,50.

Junto com Claudinei foi abordado Valdecir Paula Lima, de 50 anos, que havia estacionado ao lado do ponto de venda um veículo cheio de material de campanha, incluindo os santinhos com o nome do candidato marcado para que o eleitor não esqueça o número e vote “corretamente”.

Os dois foram detidos e não souberam explicar a origem do dinheiro e dos “santinhos”.

Outras ocorrências – A Delegacia de Polícia Civil de Tacuru registrou ao menos 12 ocorrências de crimes eleitorais neste domingo.

O ex-vice-prefeito da cidade Adailton de Oliveira, de 46 anos, foi preso na manhã de hoje. Consta no boletim de ocorrência, que ele estava “zanzando” pela cidade em busca de eleitores e oferecia dinheiro em troca de voto para um dos candidatos.

Adailton é filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), partido que nas eleições de 2016 foi coligado com o PP (Partido Progressista), que tem candidato na disputa deste ano, o vereador Paulo Mello, presidente da Câmara e que assumiu a prefeitura após a cassação da candidatura de Claudio Rocha Barcelos, o Dr. Claudio (PR).

O homem detido hoje era o vice de Claudio. Ele prestou esclarecimentos na delegacia e, segundo a Justiça Eleitoral, pagou fiança de R$ 10 mil para ser liberado.

A polícia, contudo, não confirma que ele estivesse comprando votos para Paulo Mello.

Eleição – A eleição suplementar acontece hoje devido ao indeferimento dos pedidos de candidatura de Claudio e Adailton justamente por captação ilícita de votos.

A chapa teve o registro negado, mas seguiu no pleito no ano passado, pois tinha recurso em tramitação. Porém, decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que saiu depois que Claudio e Adailton foram eleitos com 2.737 votos, tornou definitivo o indeferimento.

Com isso, os votos foram anulados, sendo marcada uma nova eleição.

Agora, concorreram ao cargo Paulo Mello e ex-vereador Carlos Pelegrini (PMDB), que perdeu a disputa para Claudio em outubro de 2016, mas venceu o adversário hoje por 2.672 votos contra os 2.567 que Mello obteve, uma diferença de apenas 105 votos.

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