Prefeito de cidade que mais cresceu em 2024 vê desafio com obras estruturantes
Moradia, drenagem e universidade estão entre as prioridades para Ribas
Cidade que recebeu o maior investimento privado do Brasil nos últimos anos, injetando pelo menos R$ 22 bilhões na economia local e atraindo milhares de trabalhadores, Ribas do Rio Pardo vivencia agora uma nova fase, com a ativação da fábrica da Suzano e iniciada a produção de celulose. No novo cenário, após pico de quase 14 mil moradores temporários, o prefeito empossado, Roberson Moureira (PSDB) aponta a urgência de obras estruturantes para o município.
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Ribas do Rio Pardo, que recentemente recebeu um investimento privado significativo com a ativação da fábrica de celulose da Suzano, enfrenta desafios de infraestrutura e moradia devido ao aumento populacional. O prefeito Roberson Moureira destaca a necessidade urgente de obras estruturantes, especialmente na habitação e drenagem, para atender à demanda crescente. Além disso, a falta de uma universidade local é uma preocupação, com planos para implantar um polo educacional que atenda às vocações da região. Moureira acredita que a cidade pode se tornar um centro de inovação e desenvolvimento na área florestal, enquanto busca melhorar a arrecadação municipal e a oferta de empregos para os moradores locais.
Moradia foi o primeiro setor descrito pelo prefeito. Ele conta que a migração de tantas pessoas para trabalhar ou em busca de oportunidade fez disparar a invasão de terrenos públicos e privados e aumento de favelas ou moradias precárias. Ele conta que foram entregues 100 casas que não contemplam a necessidade de famílias, por conter apenas um quarto. Ele disse já haver convênio com o Estado para mais cem moradias, outras 25 com a União e ainda esforço para construir outras 150 de novo com ajuda do governo estadual.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que a cidade tem 24 mil habitantes, mas Moureira acredita que o número seja superior, entre 26 mil e 27 mil. A Suzano aponta que a operação da fábrica de celulose envolva três mil pessoas, na unidade e no cultivo de florestas, além de terceirizados.
Muitos serão moradores locais, com as famílias. A empresa está construindo um bairro com 954 casas.
Fora a moradia, a cidade precisa receber obras de drenagem, porque as fortes chuvas produzem rios em alguns pontos. A prefeitura está com equipes fazendo um serviço preventivo emergencial. Ainda não houve uma tempestade nesse verão que repetisse imagens como as vistas em 2024. A mesma preocupação se estende às estradas vicinais, que também ficaram muito prejudicadas no ano passado, impedindo até crianças de ir à escola.
Os serviços adicionais que o setor da celulose apresenta à cidade, que tem ainda as outras gigantes do setor cultivando eucalipto em Ribas, envolvem mais vagas no ensino (Sesi/Senai estão implantando uma escola particular e aperfeiçoando estrutura para cursos técnicos), capacitação de trabalhadores do setor privado, como comércio, saúde e lazer.
Universidade – Ribas não tem universidade, enviando oito ônibus por dia com estudantes para as instituições de Campo Grande. Implantar um polo de universidade pública voltado à vocação local é essencial e urgente, nas palavras do prefeito. Moureira aponta que faltam engenheiros mecânicos e elétricos, agrônomos, biólogos e espera que jovens observem a realidade local.
Ele vislumbra para o futuro Ribas como um centro de inovação, inteligência e desenvolvimento na área de florestas. Para tanto, criou uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo.
Arrecadação - No ano passado, a cidade teve projetada arrecadação de R$ 434,9 milhões, mas fechou o ano em R$ 331,4 milhões. Para 2025, o orçamento votado prevê R$ 448 milhões. Moureira acredita que os números estão superestimados em cerca de R$ 100 milhões e que deve pensar nas despesas levando isso em conta.
Segundo disse, haverá um acompanhamento de perto do recebimento de tributos ligados à atividade produtiva, que são o ISSQN (sobre serviços) e ITBI (sobre transferência de imóveis), além de alvarás para atividades, a fim de garantir o recebimento. A inadimplência não é elevada, conta.
O impacto da ativação da fábrica e arrecadação de ICMS deve surtir efeito no valor repassado ao município sobre as destinações a partir de 2026, diz. Para este ano, a cidade teve queda de 3% em sua cota-parte, explicou, cenário que ainda precisa entender, já que Ribas concentrou muita movimentação de recursos.
Horizonte de emprego – Moureira diz que a instalação da Suzano na cidade foi uma redenção para Ribas, trazendo novos empregos e oportunidades para os locais e atrair moradores diante da atividade econômica. Será um horizonte muito bom para o município, resume.