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Política

PT busca receita para sair da crise, mas não desiste de tabus polêmicos

Lidiane Kober | 14/05/2015 19:03
Kemp sonha com a implantação do socialismo democrático (Foto: Divulgação/assessoria)
Kemp sonha com a implantação do socialismo democrático (Foto: Divulgação/assessoria)
Biffi vê piada no socialismo e diz grupos são mais folclóricos que realistas (Foto: Divulgação)
Biffi vê piada no socialismo e diz grupos são mais folclóricos que realistas (Foto: Divulgação)

Em série de congressos extraordinários, o PT busca receita para sair da crise, mas não desiste de tabus e continua plural. Deputado estadual pelo partido, Pedro Kemp mantém o idealismo e sonha com a implantação do socialismo democrático. Ao mesmo tempo, o ex-deputado federal Antônio Carlos Biffi impõe choque de realidade e vê “piada” na intenção.

No total, são sete teses em debate nos congressos. Uma delas, inclusive, virou burburim nas redes sociais. O assunto é polêmico e defende o socialismo. “É verdade, o PT defende o socialismo desde a sua fundação, não é segredo, agora não é o socialismo de Cuba, da Venezuela, é um socialismo democrático, com distribuição de renda e com justiça social”, detalhou Kemp.

Mais pragmático, Biffi defende pauta curta e concreta. “(Socialismo) é uma piada, tem grupos (no PT) que são mais folclóricos que realistas”, opinou. “Temos que fazer discussão da relação partido e governo federal, isso é um ponto que pega e tá matando o partido, porque o PT está assumindo os erros e acertos da administração e não é só o PT que governa, é uma federação de partidos que governa e sobra tudo para o PT”, acrescentou.

Além disso, Biffi só inclui outro tema como prioridade: as eleições municipais. “Estamos perdendo quadros importantes, até por falta de articulação política, temos que discutir, trazer novos quadros, o partido precisa se reestruturar e entrar em campo para ganhar torcida”, defendeu.

Kemp concorda que o momento é de crise, mas não abre mão de espaço para todos as correntes do partido apresentar sua opinião. “Vão ser debatidas teses de cada corrente”, sentenciou. Ele, porém, tem consciência que a crise merece atenção especial.

“Vivemos o momento político mais difícil da história, estamos sendo duramente atacados pela grande mídia e por setores do judiciário, tentam criminalizar o partido e atingir o governo para provocar o impeachment. Portanto, temos que discutir como enfrentar o desafio”, concordou Kemp.

Para ele, é necessária uma “autocrítica”. “Não podemos negar os erros, temos que discutir organização e fazer alianças com os movimentos sociais, com as minorias”, defendeu.

Colega de Kemp na Assembleia Legislativa, Amarildo Cruz (PT) entende que um dos caminhos é vender os acertos do PT na administração do País. “Temos que passar as conquistas, montar uma defesa articulada e ir para o enfrentamento”, avaliou.

Biffi ainda convocou a presidente Dilma Rousseff para ir para cima. “A Dilma está muito retraída, guardada em casa”, comentou. Ele também quer uma bancada federal com mais autonomia e defendeu mais comunicação.

As teses – Além do socialismo, outras seis teses estarão em debate no congresso: Mudar mais por um novo ciclo de mudanças democráticas no país; Um partido para tempos de guerra, Congresso do PT - Manifesto, O tempo não para, Abaixo a política de austeridade, e Resgatar o petismo no PT. Em Campo Grande, o congresso será realizado neste sábado (16).

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