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Saúde e Bem-Estar

Ano de muita fumaça, 2024 teve aumento nos casos de asma e bronquite em MS

Dados de atendimentos na saúde básica foram divulgados nesta segunda-feira pela SES

Por Cassia Modena | 24/03/2025 11:56
Ano de muita fumaça, 2024 teve aumento nos casos de asma e bronquite em MS
Pedestre, ciclista e motoristas se expõem à fumaça em 8 de outubro de 2024, quando Capital atingiu qualidade do ar em nível péssimo (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Quando Campo Grande atingiu 23 vezes, no ano passado, nível ruim a péssimo na qualidade do ar, alertas como esse foram feitos: crianças, idosos e pessoas respiratórias e cardíacas podem apresentar sintomas como tosse, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta, além de falta de ar e respiração ofegantes.

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Mato Grosso do Sul registrou aumento de 13% nos casos de asma e 7% nos atendimentos de bronquite na rede pública em 2024, em comparação com 2023, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O agravamento das doenças respiratórias está relacionado à piora da qualidade do ar, especialmente em Campo Grande, que registrou 23 dias com níveis ruins a péssimos de poluição atmosférica. De acordo com relatório da UFMS, 2024 teve a pior qualidade do ar desde 2021, quando o monitoramento começou. As queimadas oriundas da Amazônia, Mato Grosso e Bolívia foram as principais responsáveis pela situação, com a fumaça trazendo partículas nocivas à saúde. O dia 8 de outubro foi considerado o mais crítico na capital, atingindo nível péssimo de qualidade do ar.

Os efeitos na saúde respiratória das pessoas se confirmaram no resultado de avaliação da Vigiar (Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos) de Mato Grosso do Sul, divulgado hoje (24) pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Ele aponta que casos de asma cresceram 13% e atendimentos para bronquite registraram alta de 7% na rede pública dos municípios sul-mato-grossenses, na comparação entre 2023 e 2024. Não houve aumento expressivo de internações hospitalares no período, segundo a pasta. Os dados foram retirados do sistema do Ministério da Saúde.

Ano de muita fumaça, 2024 teve aumento nos casos de asma e bronquite em MS
Sala de medicação e inalação em Unidade Básica de Saúde de Anhanduí, distrito de Campo Grande (Foto: Divulgação/Prefeitura)

"Os números indicam que os serviços de saúde básica têm enfrentado uma crescente demanda, refletindo os impactos da poluição no cotidiano das pessoas. Esses atendimentos são um reflexo de problemas respiratórios agravados pela poluição do ar, especialmente durante o período de queimadas", conclui a SES.

Queimadas - Relatório divulgado neste mês pelo Instituto de Física da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) apontou que a qualidade do ar registrada na Capital em 2024 foi a pior desde 2021, ano que o monitoramento começou a ser feito. Os índices de outros municípios não foram avaliados porque ainda não há equipamentos disponíveis no interior para fazer a mesma análise.

A principal causa foram as queimadas "originárias principalmente da Amazônia, Mato Grosso e Bolívia, que por meio do corredor de circulação do vento cruzavam a região oeste do Mato Grosso do Sul, com a chegada das frentes frias foram direcionadas para o centro do estado", diz o documento.

Ano de muita fumaça, 2024 teve aumento nos casos de asma e bronquite em MS
Brigadista corre entre as chamas na fronteira com a Bolívia; Brasil enviou ajuda (Foto: Divulgação/Instituto Homem Pantaneiro)

A fumaça acabou espalhando partículas chamadas de MP 10 e MP 2,5. Outros poluentes identificados no período foram o dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, o ozônio e as partículas totais em suspenso. Todos são nocivos à saúde humana.

Os 23 dias mais críticos na Capital foram mapeados pela Estação de Qualidade do Ar do instituto, sendo 8 de outubro de 2024 o pior, com nível péssimo.

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