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Cidades

Alvo de operação, líder do CV saiu pela porta da frente de presídio em MS

Antonio Ilário foi beneficiado pelo STF em 2019 quando estava na Penitenciária Federal de Campo Grande

Por Silvia Frias | 11/12/2025 12:18
Alvo de operação, líder do CV saiu pela porta da frente de presídio em MS
Traficante Antônio Ilário Ferreira está sendo procurado pela polícia (Foto/Divulgação)

O traficante Antônio Ilário Ferreira, 61 anos, o "Rabicó do Salgueiro" ou "Coroa", chefe da “Tropa do Coroa”, é o principal alvo da operação policial desencadeada nesta quinta-feira (11), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

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A operação policial realizada nesta quinta-feira (11) no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, tem como principal alvo Antônio Ilário Ferreira, conhecido como Rabicó ou Coroa, líder da "Tropa do Coroa" e uma das principais figuras do Comando Vermelho. Com 61 anos, Rabicó comanda o tráfico de drogas na região há cerca de três décadas. Ele já cumpriu pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, de 2016 a 2019, mas foi solto após decisão do STF, apesar de condenações por narcotráfico e outros crimes. Rabicó, que já foi preso por homicídios, tráfico e associação criminosa, voltou a atuar no Salgueiro após sua soltura, mantendo controle sobre a comunidade com um esquema de segurança reforçado. Mesmo preso, continuou a comandar a organização por meio de intermediários. A operação atual busca interromper suas atividades criminosas, que incluem o domínio violento da região e o tráfico de drogas em larga escala.

Chefe do tráfico de drogas na região há cerca de 30 anos, Rabicó é também um dos principais nomes do Comando Vermelho. Passou três anos na Penitenciária Federal de Campo Grande, de 2016 a 2019, até ser beneficiado com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), saindo pela porta da frente da unidade.

Naquele período, tinha condenação de 27 anos e 3 meses de reclusão por crimes relacionados ao narcotráfico, referente a três processos, mas a Justiça do Rio de Janeiro já havia determinado que ele poderia responder em liberdade em duas ações. Ainda estava detido por conta de sentença de 10 anos de prisão, que tramitava na 40ª Vara Criminal do RJ. Foi nessa ação que o STF o beneficiou.

Em 30 de outubro de 2019, a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes permitiu que ele aguardasse em liberdade o julgamento de recurso do último processo que o mantinha atrás das grades. Foi solto no dia 15 de novembro daquele ano.

Alvo de operação, líder do CV saiu pela porta da frente de presídio em MS
Foto de Rabicó quando foi preso em 2008 (Foto/Arquivo)

Ao ser solto, Rabicó não quis retornar ao Rio. O juiz corregedor da Penitenciária Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado, responsável por determinar a expedição do alvará de soltura do criminoso, afirmou que se fosse de interesse do preso, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) deveria providenciar seu retorno ao Rio, mas o traficante dispensou a ajuda.

Em dezembro de 2019, o STF reverteu a decisão e decidiu que o traficante voltasse à prisão. A essa altura, já estava foragido.

Segundo a investigação policial, voltou a reinar no Complexo do Salgueiro, onde circulava sob forte esquema de segurança. No dia 14 de junho, véspera de seu aniversário de 61 anos, o traficante ganhou uma festa grandiosa para a comunidade. A comemoração teve balões, luzes de LED (diodos emissores de luz), som alto e até queima de fogos.

Histórico – Natural da comunidade da Mineira, na zona norte do Rio, Rabicó se estabeleceu no Salgueiro no final dos anos 1990, sendo velho conhecido da polícia no Rio de Janeiro. Foi preso em Pernambuco, em 2008.

Rabicó foi transferido para o sistema federal prisional em março de 2010, em um “bonde” com outros 10 detentos, atendendo pedido do então secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. A primeira parada foi na Penitenciária Federal de Mossoró.

Alvo de operação, líder do CV saiu pela porta da frente de presídio em MS
Festa realizada para Rabicó no Complexo do Salgueiro, em junho deste ano (Foto/Reprodução/Metropoles)

A remoção para Campo Grande foi determinada em 5 de maio de 2016, com manutenção autorizada regularmente pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul. Durante o tempo que permaneceu em Campo Grande, foi condenado pela 2ª Vara Criminal de São Gonçalo a oito anos e três meses de reclusão, conforme sentença proferida em setembro de 2017.

Segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), entre 31 de março de 2016 e a data da denúncia, no mesmo ano, Antônio Ilário, junto com outros membros da quadrilha, atuou no tráfico de drogas. Foi considerado o líder máximo da organização, conhecida como "Tropa da Coroa", que operava de forma estruturada e violenta no Complexo do Salgueiro, mantendo controle sobre a comunidade através de um grande arsenal de armas e com forte vínculo com o Comando Vermelho. Mesmo estando preso no sistema federal, continuava a comandar a organização, passando ordens por meio de seu sobrinho, que atuava como intermediário.

A liderança do CV responde a processos em curso no TJRJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) por homicídios, tentativa de homicídios, tráfico de drogas, associação criminosa, organização criminosa, porte e posse ilegal de arma de fogo.

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