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Cidades

Conselheiro é investigado por influenciar sentença estopim de operação da PF

Sobrinhos de Osmar Jeronymo seriam laranjas dele na compra de imóveis em litígio e de preços milionários

Por Lucia Morel | 24/10/2024 20:25
Osmar Jeronymo, em evento em maio do ano passado no Tribunal de Contas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Osmar Jeronymo, em evento em maio do ano passado no Tribunal de Contas. (Foto: Henrique Kawaminami)

O conselheiro afastado do TCE/MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Osmar Domingues Jeronymo é investigado por influenciar na decisão de sentenças relacionadas a fazendas sob litígio para favorecer os sobrinhos Danillo Moya Jeronymo e Diego Moya Jeronymo. Eles, entretanto, seriam laranjas do tio na compra dos imóveis de preços milionários. Todos foram alvo da Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal, na manhã de hoje (24).

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O conselheiro afastado do TCE/MS, Osmar Domingues Jeronymo, e seus sobrinhos, Danillo e Diego Moya Jeronymo, são investigados pela Polícia Federal por tráfico de influência em decisões judiciais relacionadas a duas fazendas, Pauliceia e Xerez. A investigação aponta que os sobrinhos, supostamente laranjas de Jeronymo, teriam usado influência do tio para favorecer seus interesses nas ações judiciais. Documentos apreendidos indicam falsificação de escrituras públicas e transferência de honorários para Osmar e Diego, além da aquisição de parte das fazendas por preços irrisórios, sugerindo a propriedade oculta de Jeronymo.

Detalhamentos da investigação da Polícia Federal revelam o tráfico de influência de Jerônymo junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul em dois casos judicializados: um referente à Fazenda Pauliceia, em Maracaju, e outro sobre a Fazenda Xerex, em Bela Vista.

No primeiro caso, a investigação indica a atuação do conselheiro afastado de seus sobrinhos Danillo (servidor do judiciário) e Diego (empresário), de advogado deles e do médico Percival Henrique de Souza Fernandes “em aparente negociação para obtenção de decisão judicial favorável aos seus interesses, (...) envolvendo a discussão da propriedade de imóvel rural localizado no município de Maracaju/MS”.

O conluio teria conseguido, conforme laudo pericial elaborado pela Polícia Federal, falsificar “escrituras públicas relativas à transferência de propriedade do imóvel em questão, lavradas em 2014 e 2015, pelo Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas do São Pedro do Paraná/PR (...), e que foram acostadas aos autos da referida ação judicial, ainda em curso”.

Já em relação à outra propriedade, os sobrinhos seriam laranjas do tio. Documentos apreendidos em ações anteriores identificaram que “há fortes indícios de venda de decisão judicial (relacionada a tal fazenda)”; transferência de parte dos honorários relativos aos processos judiciais a Osmar e a Diego; Diego e Danillo adquiriram parte da referida fazenda por preço irrisório; indícios de que ele utilize seus sobrinhos como seus laranjas, “sendo proprietário oculto de tal fazenda adquirida por eles”.

Os documentos que levaram a esse entendimento foram apreendidos durante a Operação Mineração de Ouro, em 2021, cujo inquérito detectou indícios de que o conselheiro afastado usava Diego como seu laranja para lavagem de dinheiro. “Destarte, entendemos estar demonstrado que Osmar Jeronymo é proprietário oculto das partes de Diego Jeronymo e Danillo Jeronymo na Fazenda Paulicéia e na Fazenda Xerez”, encerra o relato da investigação.

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