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Cidades

Durante recesso, vítima de violência pode pedir medida protetiva na internet

Sistema do TJMS funciona há cinco anos e registrou mais de mil solicitações só em 2025

Por Ângela Kempfer | 22/12/2025 09:11
Durante recesso, vítima de violência pode pedir medida protetiva na internet
Fachada do Tribunal de Justiça que está em recesso (Foto: Arquivo)

Mesmo durante o recesso forense, mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em Mato Grosso do Sul continuam tendo acesso às medidas protetivas de urgência pela internet. O atendimento é feito pelo Protetivas On-line, sistema do TJMS Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul que permite a solicitação de proteção de forma simples, rápida e segura, sem a necessidade de ir até um fórum.

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Durante o recesso forense em Mato Grosso do Sul, mulheres vítimas de violência doméstica podem solicitar medidas protetivas de urgência através do sistema Protetivas On-line do TJMS. A ferramenta, implementada em 2020, permite pedidos de proteção de forma rápida e segura, sem necessidade de comparecimento ao fórum. Em 2025, o sistema registrou 1.036 pedidos, sendo Campo Grande a cidade com maior número de solicitações (444). O projeto, idealizado pela juíza Jacqueline Machado, tornou-se referência nacional e integra o Plano Estratégico do Poder Judiciário estadual, oferecendo resposta em até 48 horas, sem exigência de boletim de ocorrência prévio.

A ferramenta está em funcionamento desde julho de 2020 e foi criada a partir da Lei nº 14.022 de 2020, editada durante a pandemia de covid-19 para garantir a proteção de mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Cinco anos depois, o sistema se consolidou como uma das principais iniciativas do Judiciário sul-mato-grossense no enfrentamento à violência doméstica.

Somente ao longo de 2025, o Protetivas On-line recebeu 1.036 pedidos. Campo Grande concentrou o maior número de solicitações, com 444 processos. Em seguida aparecem Caarapó, com 76 pedidos, Dourados, com 62, Amambai, com 46, e Corumbá, com 44 registros. Fevereiro foi o mês com maior volume de solicitações, somando 110 pedidos, seguido por agosto, com 109, e julho e setembro, ambos com 108 solicitações.

O sistema surgiu a partir de uma parceria entre a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e a 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Campo Grande, instalada na Casa da Mulher Brasileira. A proposta foi criar um canal direto de acesso à Justiça para vítimas que não conseguem comparecer presencialmente ao Judiciário, seja por medo, falta de recursos ou dificuldades de deslocamento.

Idealizado pela juíza Jacqueline Machado, o projeto foi desenvolvido pelas equipes da Coordenadoria da Mulher, atualmente sob a gestão da desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, e da Secretaria de Tecnologia da Informação do TJMS. Pela plataforma, a própria vítima pode relatar o que aconteceu e indicar quais medidas protetivas considera necessárias, usando celular, tablet ou computador. A avaliação interna é de que se trata de uma ferramenta de baixo custo, com resposta rápida e que amplia o acesso à Justiça.

Inicialmente implantado como projeto piloto em Campo Grande, o Protetivas On-line passou a integrar o Plano Estratégico do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul para o período de 2021 a 2026, por ser uma iniciativa inédita no país. O reconhecimento também veio em nível nacional, com prêmios concedidos por instituições do Judiciário brasileiro, destacando o alcance social e a inovação do sistema.

Para solicitar a medida protetiva, a vítima deve acessar o site do Tribunal de Justiça e preencher o formulário de avaliação de risco disponível na área específica de medidas protetivas de urgência. O pedido é encaminhado diretamente ao juízo competente e analisado no prazo legal de até 48 horas. Não é exigido registro prévio de boletim de ocorrência, conforme prevê a Lei nº 14.022 de 2020 e a Lei Maria da Penha, nº 11.340 de 2006.