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Cidades

Em MS, 7% da população recebeu vacina contra dengue, mas só 33% concluíram ciclo

Estado aplicou 188,8 mil doses, mas adesão à segunda aplicação segue bem baixa

Por Guilherme Correia | 02/10/2025 13:26
Em MS, 7% da população recebeu vacina contra dengue, mas só 33% concluíram ciclo
Processamento da Qdenga, a vacina contra a dengue incorporada ao SUS. (Foto: Divulgação/AI Takeda Brasil)

Mato Grosso do Sul já aplicou 188,8 mil doses da vacina contra a dengue, de acordo com dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde). O Estado recebeu 241 mil doses e, até agora, 121,8 mil pessoas iniciaram o esquema vacinal, o que representa 60,5% da cobertura prevista para a D1 (primeira dose).

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Mato Grosso do Sul aplicou 188,8 mil doses da vacina contra dengue, atingindo 7% da população total do estado. Das 241 mil doses recebidas, 121,8 mil pessoas iniciaram o esquema vacinal, representando 60,5% da cobertura prevista para a primeira dose. Apenas 67 mil moradores completaram a segunda dose, correspondendo a 33,3% da cobertura vacinal. A baixa adesão preocupa autoridades, pois a eficácia depende do ciclo completo. A vacina Qdenga foi incorporada ao SUS em dezembro de 2023, com distribuição inicial focada em crianças de 10 a 14 anos em áreas de alta transmissão.

Apesar do avanço na aplicação da dose inicial, apenas 67 mil moradores completaram a D2 (segunda dose), etapa necessária para garantir a proteção completa contra a doença. O índice corresponde a 33,3% de cobertura vacinal, ou seja, pouco mais de um terço da população-alvo.

Segundo o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul tem 2,75 milhões de habitantes. Assim, o total de doses aplicadas corresponde a cerca de 6,8% da população geral do Estado.

Ao todo, 201,3 mil doses foram destinadas ao público-alvo, mas a baixa adesão à segunda aplicação complica devido a eficácia depender do ciclo vacinal completo.

Entre as 79 cidades do Estado, Eldorado lidera o ranking, com 134,4% de cobertura da primeira dose e 76,7% da segunda, enquanto Novo Horizonte do Sul e Rio Negro aparecem em seguida, com 126,2% e 112,5% de D1, respectivamente.

No extremo oposto, municípios como Laguna Carapã registram apenas 13,6% de cobertura da segunda dose, seguidos por Nova Alvorada do Sul (18,5%) e Terenos (17,9%).

Campo Grande teve 41,9% de D1 aplicada, mas apenas 19,9% da população-alvo completou a segunda dose, mostrando que a adesão ao esquema completo ainda é baixa na cidade sul-mato-grossense mais populosa, com 61.139 crianças de 10 a 14 anos.

Dourados, segundo maior município de MS, aplicou 6.064 primeiras doses da vacina, o que representa 32,05% da população-alvo de crianças de 10 a 14 anos, de acordo com dados oficiais, que refletem uma estratégia própria do município, voltada exclusivamente para crianças de 10 a 14 anos, faixa etária considerada prioritária para o início do esquema vacinal.

Vacinação contra a dengue — MS foi um dos primeiros estados a receber o imunizante contra a dengue, em meio ao aumento de casos e mortes registrados no país em 2024. O Ministério da Saúde tem reforçado campanhas para que quem já tomou a primeira dose não deixe de retornar às unidades de saúde para a segunda.

A vacina Qdenga contra a dengue foi incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) em 21 de dezembro de 2023, após avaliação positiva da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

No entanto, devido à capacidade limitada de fornecimento da fabricante Takeda, a distribuição inicial foi restrita a regiões e faixas etárias prioritárias, com foco em crianças de 10 a 14 anos em áreas com alta transmissão da doença.

Especialistas em saúde pública destacam que a baixa cobertura vacinal observada nos primeiros meses é esperada em contextos de introdução de novas vacinas e a estratégia inicial de vacinação em grupos específicos e regiões prioritárias visa avaliar a eficácia e segurança do imunizante antes de uma expansão mais ampla, conforme o Ministério da Saúde.

A SES alerta que as coberturas vacinais apresentadas consideram apenas os registros lançados na RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde).

Alguns municípios ainda não atualizaram totalmente seus dados por diferentes motivos, como atrasos no registro, sistemas próprios que não enviam os dados em tempo real ou falhas na interligação com a RNDS.