Justiça mantém absolvições de Fahd, Jamilzinho e delegado em ação da Omertà
"Fuad", Name Filho, o delegado Márcio Shiro Obara e outros dois eram julgados por corrupção
Desembargadores da 2ª Câmara Criminal mantiveram absolvidos Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”, o filho dele, Flávio Correia Jamil Georges, Jamil Name Filho, o ex-guarda civil, Marcelo Rios, e o delegado Márcio Shiro Obara pelos crimes de corrupção, ativa e passiva, e obstrução à Justiça. A turma de magistrados do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) confirmou, portanto, decisão de 1ª instância que inocentou cinco réus em uma das ações penais derivadas da Operação Omertà.
Depois que o juízo de 1º grau considerou inocentes os cinco acusados, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recorreu ao Tribunal. Nesta terça-feira (11), o relator da apelação criminal, desembargador Luiz Gonzaga Marques, entendeu que “não há elementos suficientes” para comprovar que houve pagamento de propina para que o delegado Obara fizesse “corpo mole” em relação à investigação da execução do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo, em 11 de junho de 2018.
Os desembargadores José Ale Ahmad Netto e Jonas Silva Júnior acompanharam o voto do relator.
Fábio Trad, advogado de Obara, afirma que os três magistrados “chegaram à conclusão de que o Márcio Obara e os outros são absolutamente inocentes, porque não há provas suficientes para a culpabilidade deles”. “São duas decisões favoráveis ao delegado, as duas reconhecendo que ele é inocente”, reiterou.
Gustavo Badaró e André Borges, que defendem Fahd Jamil, o “Fuad”, também comemoraram a vitória em 2ª instância. “O TJ confirmou o que é justo e correto: Fahd Jamil não teve qualquer envolvimento criminoso em mais esse processo”, afirmou Borges ao Campo Grande News.
“Com isso, a defesa reafirma a inocência do senhor Fuad e acredita que o último caso que ele tem para ser julgado decorrente da Operação Omertà terá o mesmo destino”, completou Badaró. Ele se refere a processo que ainda tramita em 1º grau e acusa o “Rei da Fronteira” que integrar organização criminosa.
A acusação – Obara foi preso na 3ª fase da Operação Omertà acusado de esconder provas no inquérito do assassinato do PM aposentado que trabalhava como chefe da segurança na Assembleia Legislativa.
No pedido de prisão, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) apontou que no carro da vítima, foi encontrado um envelope com a inscrição “dossiê” e que continha prints de conversas de WhatsApp entre Ilson e uma pessoa identificada apenas como “padrinho”.
O diálogo citava que a morte do policial foi decidida durante reunião em Ponta Porã, que o interlocutor não iria conseguir reverter e que uma pessoa já havia sido morta por envolvimento no sumiço do filho de Fahd Jamil Georges, Daniel Alvarez Georges, o “Danielito”, em maio de 2011.
O documento do Gaeco cita que o material não foi juntado ao inquérito policial da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), comandada por Obara, que investigava execução praticada com arma de grosso calibre em plena luz do dia, cena rara de se ver em Campo Grande. A delegacia também não tinha enviado à perícia pertences de Ilson Figueiredo, como caneta espiã e cartões de memórias.
Ao pedir a prisão do delegado, a investigação do Gaeco apontou que era preciso esclarecer a relação financeira entre Obara e o investigador Célio Rodrigues Monteiro, também preso nesta mesma fase da operação, mas solto um mês depois. O delegado repassou R$ 60 mil por meio de depósitos para o policial, o que poderia indicar uma suposta lavagem de dinheiro.
A acusação, em resumo, é de que o delegado havia recebido R$ 100 mil para “proteger” a milícia armada comandada por Jamil Name e o filho, Jamilzinho, responsáveis por mandar executar Figueiredo por ordem de Fuad por suposto envolvimento com o sumiço de Danielito sete anos antes.
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