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Cidades

Polícia de MS apontou culpados por 94% dos homicídios cometidos em 2022

MS se mantém no topo dos estados que mais elucidam assassinatos do país, segundo Adepol

Anahi Zurutuza | 06/09/2023 07:54
Maykon Araujo Pereira, 31 anos, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado um dia após estuprar e matar criança na capital sul-mato-grossense (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Maykon Araujo Pereira, 31 anos, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado um dia após estuprar e matar criança na capital sul-mato-grossense (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Mais um estudo demonstra que Mato Grosso do Sul se mantém no topo do ranking dos estados brasileiros com maior percentual de elucidação de homicídios. Levantamento sobre resolutividade de inquéritos policiais da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil), divulgado nesta quarta-feira (6), mostra que o Estado concluiu encontrou os culpados por 94,9% dos 515 homicídios registrados em 2022.

O levantamento da entidade de classe foi feito com base em dados fornecidos pelas polícias civis de cada unidade da federação entregues por meio da lei de acesso à informação.

Logo após Mato Grosso do Sul, estão os estados de Roraima, que concluiu 93,5% dos casos investigados e de Mato Grosso, com 90,1% de taxa de resolutividade. Um dos piores índices está na Bahia, que só resolveu 17,2% dos 6.659 assassinatos cometidos no ano passado.

De acordo com a Adepol, a maioria dos estados apresentou percentuais a partir da razão do número de inquéritos policiais concluídos em 2022 sobre aqueles instaurados no mesmo ano, mas o método não foi adotado por todos.

Faltam parâmetros nacionais para medir a qualidade das investigações policiais no Brasil, por isso, a comparação é prejudicada, segundo Arthur Trindade, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e diretor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília. “A gente tende a dizer que elucidação de homicídios é muito ruim no Brasil, mas a verdade é que o quadro é muito heterogêneo”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo.

O presidente da Adepol do Brasil, Rodolfo Laterza, afirma que o estudo é “inaugural” e por isso, “não é perfeito”. “Mas traz uma análise importante que mostra ser essencial investir nas polícias civis. Investigação é essencial numa política de segurança pública, e não secundária, como muitos governos parecem acreditar”, disse, também em entrevista à Folha.

Flores são jogadas sobre o caixão de "Estrelinha", como era conhecida criança estuprada e morta em bairro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Flores são jogadas sobre o caixão de "Estrelinha", como era conhecida criança estuprada e morta em bairro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Solução rápida – Para este mês estava marcado o júri popular Maykon Araujo Pereira, 31 anos, acusado de estuprar e matar menina de 11 anos, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. O assassinato aconteceu em dezembro de 2022 e no mesmo mês o inquérito foi relatado ao Judiciário.

A mãe da criança também vai a julgamento. O entendimento é que o homicídio aconteceu durante o abandono de incapaz, pois a garotinha estava sozinha em casa. O júri foi adiado, porém, a pedido de uma das defesas e ainda não tem data para acontecer.

A criança, conhecida no bairro como “Estrelinha”, foi morta na noite de um domingo, dia 11 de dezembro de 2022. Foi encontrada caída no chão da cozinha, com sinais de agressão física e sexual. A perícia informou que a garota sofreu traumatismo craniano.

No dia seguinte, a polícia prendeu Maykon, que confessou ter matado a menina. Ele foi até a casa da família para programa sexual com a mãe dela e encontrou a criança que cuidava dos irmãos.

Pereira justificou o crime, dizendo que havia bebido demais. Negou que tinha estuprado a menina, afirmando que “apenas passou a mão” na criança, e disse que a “Estrelinha” se assustou e começou a gritar e por isso, ele deu um soco no rosto dela.

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