Preso na Capital, Marcinho VP poderá deixar cadeia em 2026, mas MP tenta impedir
MPRJ protocolou novo pedido de prisão preventiva do homem apontado como líder máximo do Comando Vermelho

O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) quer garantir que Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, preso “mais famoso” de Mato Grosso do Sul, permaneça na cadeia. Conhecido como integrante da alta cúpula do Comando Vermelho, facção criminosa que esteve no alvo de operação sangrenta no Rio na semana passada, o detento ocupa há 665 dias cela na Penitenciária Federal de Campo Grande, mas, aos 55 anos, está prestes a deixar o sistema carcerário, uma vez que completa 30 anos de cadeia – tempo máximo de reclusão no Brasil – em 2026.
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O Ministério Público do Rio de Janeiro busca manter Márcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, na prisão. O líder do Comando Vermelho, que está há 665 dias na Penitenciária Federal de Campo Grande, completará em 2026 o tempo máximo de reclusão no Brasil, que é de 30 anos. Em novo pedido de prisão preventiva, promotores alegam que, mesmo preso desde 1996, VP continua comandando atividades criminosas. O processo em questão, que tramita há 23 anos, envolve um homicídio e, segundo o MPRJ, os réus têm adotado medidas para atrasar seu andamento.
No novo pedido de prisão preventiva (por tempo indeterminado), promotores do GAEJURI/MPRJ (Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) argumentam que, mesmo preso desde 1996, Marcinho VP “continua a comandar atividades criminosas dentro do sistema prisional, razão pela qual a prisão preventiva é necessária para garantir a ordem pública”.
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A petição, que será analisada pelo Juízo da 1ª Vara Criminal da capital carioca, foi apresentada em ação penal que acusa VP, Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, e Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, de assassinato. Todos são tidos como líderes do Comando Vermelho, a segunda maior organização criminosa em atividade no Brasil. Segundo o MPRJ, os réus vêm adotando “medidas para atrasar o andamento do processo por homicídio que tramita há quase 23 anos”.
“Embora os três cumpram pena por outros processos, este processo específico tramita com lentidão devido a manobras protelatórias recorrentes, o que tem impedido a realização do julgamento pelo Tribunal do Júri”, registraram os promotores responsáveis pelo caso, via assessoria de imprensa.
De acordo com o MPRJ, as condutas adotadas pelos réus para atrasar o julgamento que manteria VP na cadeia, por exemplo, incluem a desistência dos advogados de defesa às vésperas do júri ou a entrega de um grande número de documentos nos momentos finais dos prazos, prática conhecida como document dumping.
Além disso, “embora atualmente custodiados em razão de outros processos criminais, é certo que eventual revogação ou término dessas prisões resultaria na imediata colocação dos réus em liberdade, o que representaria risco concreto à sociedade, diante da comprovada permanência de suas influências e atuações no comando da facção criminosa”, destaca o pedido de prisão.
Outro lado – O Campo Grande News está em contato com a defesa de Marcinho VP, que ainda não se manifestou sobre o assunto específico, mas com frequência reitera que o cliente nada mais tem a ver com o mundo do crime.
Na semana passada, a advogada Paloma Gurgel Bandeira conversou com a reportagem e disse considerar incoerente continuar sustentando que Nepomuceno exerce comando sobre o tráfico, “mesmo depois de 18 anos em isolamento absoluto, sem qualquer forma de comunicação”. “Se assim fosse, comandaria por telepatia?”, provocou a defensora sobre o fato do cliente estar no sistema carcerário federal desde 2007.
Na segunda-feira (3), VP teve pedido negado no STF (Supremo Tribunal Federal) para receber “visita” do jornalista Roberto Cabrini, da Record, a quem quer conceder entrevista. Baldissera, um dos integrantes da bancada de defensores do preso federal, disse estar inconformado com a decisão e afirma que o cliente “falará” no momento oportuno.
Marcinho VP está na Capital desde 11 de janeiro do ano passado, quando foi transferido durante rodízio de rotina entre as unidades do regim federal, ocupando vaga deixada por outro nome conhecido do crime, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
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