Quadrilha de Campo Grande vendeu pacote de R$ 90 mil para o Japão e sumiu
Criminosos da mesma família fizeram vítimas em todo o país, incluindo até ex-jogadores de futebol
Uma quadrilha de estelionatários radicada em Campo Grande é alvo, nesta quarta-feira (26), da Operação Viagem de Papel, depois de vender um pacote turístico para o Japão no valor de R$ 90 mil a uma família e simplesmente desaparecer. Até ex-jogadores de futebol foram vítimas dos criminosos. As investigações apontam que o golpe não é isolado: há dezenas de vítimas em vários estados brasileiros, todas atraídas por promessas de viagens internacionais muito abaixo do preço de mercado.
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Quadrilha especializada em golpes de pacotes turísticos foi alvo da Operação Viagem de Papel em Campo Grande nesta quarta-feira (26). O grupo vendia viagens internacionais com preços abaixo do mercado, principalmente para o Japão, e desaparecia após receber o pagamento. A operação, conduzida pela Polícia Civil de Goiás com apoio da Polícia Civil de MS, cumpriu cinco mandados de prisão temporária e três de busca e apreensão. As investigações revelaram que a quadrilha, liderada por um homem com histórico criminal, atuava há cerca de 10 anos, fazendo dezenas de vítimas em diversos estados brasileiros.
A operação é conduzida pelo Gref (Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes), da Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil de Goiás, com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Em Campo Grande, equipes do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) foram às ruas desde cedo para cumprir cinco mandados de prisão temporária, três de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 300 mil em bens ligados ao grupo.
A movimentação foi intensa pela manhã. Três investigados chegaram à sede do Garras, um deles uma mulher conduzida por um agente. Imagens registradas pelo Campo Grande News mostram policiais transportando malotes apreendidos durante as buscas.
Golpe - As investigações começaram em julho de 2025 e revelam que a quadrilha vendia pacotes para o Japão a preços "imperdíveis", sempre justificando os valores baixos com um suposto esquema de milhas e descontos especiais junto a companhias aéreas. Os criminosos se apresentavam como donos de uma agência de viagens e usavam indicações de conhecidos - inclusive empresários do ramo esportivo - para dar credibilidade ao golpe.
A família que pagou R$ 90 mil foi uma das primeiras a denunciar. Mas, conforme os investigadores avançaram, descobriram que o estrago era muito maior: o grupo estaria atuando há quase 10 anos, enganando pessoas em todo o país.
Depois de fechar a negociação, as vítimas eram orientadas a pagar via Pix para contas de terceiros. Quando chegava o período de entrega dos bilhetes, os golpistas começavam a dar desculpas, paravam de atender telefonemas, bloqueavam mensagens e sumiam com o dinheiro. Em seguida, realizavam a chamada “pulverização” das transferências, espalhando o dinheiro entre várias contas para dificultar o rastreamento.
Vínculos familiares - O líder usava um pseudônimo e tinha um CNPJ ativo de agência de viagens. O principal “braço direito” - responsável por receber parte dos valores - é o cunhado dele. A esposa do líder também possui histórico de golpes semelhantes e chegou a ser proprietária de uma agência posteriormente inativada.
O cabeça do esquema tem um longo histórico criminal em Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro, sempre por golpes relacionados à venda de pacotes de viagens.
O grupo deve responder por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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