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Cidades

Quadrilha que promovia desafios mortais na internet é alvo de operação em MS

Ação é feita em MS e outros seis estados contra rede altamente estruturada

Por Dayene Paz | 15/04/2025 08:11
Quadrilha que promovia desafios mortais na internet é alvo de operação em MS
Policiais durante cumprimento de mandados em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação)

Uma das maiores organizações criminosas do Brasil, investigada por promover "brincadeiras" na internet e incentivar atos violentos entre crianças e adolescentes, que podem até causar a morte, é alvo de operação nesta terça-feira (15) deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Mandados judiciais são cumpridos em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.

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A operação Adolescência Segura, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, visa desmantelar uma organização criminosa que promovia "desafios mortais" na internet, incentivando atos violentos entre jovens. A ação ocorre em sete estados, incluindo Mato Grosso do Sul e São Paulo, com 20 mandados de busca e apreensão e prisões de suspeitos. A quadrilha, altamente estruturada, usava plataformas digitais para aliciar crianças e adolescentes em atos de automutilação e violência, oferecendo recompensas internas. A investigação começou após um ataque a um morador de rua, transmitido online. A operação conta com apoio internacional.

Há cerca de uma semana, “desafio do desodorante” em uma rede social pode ter levado a morte de uma menina de oito anos, no Distrito Federal. Ela teria inalado o gás.

Dessa forma, a polícia deflagrou a operação Adolescência Segura contra essa quadrilha. São cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, 2 de prisões temporárias e 7 medidas de internação provisória de adolescentes infratores, com o apoio de policiais civis dos sete estados e do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança. Até o momento, dois homens foram presos e dois menores apreendidos.

Em MS, as ordens judiciais são cumpridas pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

Segundo a Polícia Civil, a rede criminosa é altamente estruturada. "As investigações iniciaram em 18 de fevereiro de 2025, quando um morador de rua, que estava dormindo, foi atacado e teve 70% do seu corpo queimado por um adolescente que atirou dois coquetéis molotov em sua direção, enquanto um homem filmava todo o evento e transmitia em tempo real em uma plataforma online".

Quadrilha que promovia desafios mortais na internet é alvo de operação em MS
Material apreendido durante cumprimento de mandados. (Reprodução | TV Globo)

A partir disso, a investigação descobriu que o crime bárbaro não se tratava de uma fato isolado. "Os administradores do servidor utilizado no crime compunham verdadeira organização criminosa altamente especializada em diversos crimes cibernéticos tendo como principais alvos, crianças e adolescentes".

O grupo promovia desafios e competições para engajar adolescentes em atos de automutilação coletiva, crueldade contra animais e incitação ao ódio. Como estímulo, eram oferecidas recompensas internas para aqueles que se destacassem nas atividades criminosas. A atuação do grupo é tão significativa no cenário virtual que mereceu a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho de investigação no Brasil.

"(...) atuação criminosa que se espalhava por diferentes plataformas digitais, utilizando mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes".

Os alvos da investigação serão responsabilizados por diversos crimes, como tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo e crimes de ódio em geral.

Caso recente - Um “desafio do desodorante” na rede social é considerado, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, principal ponto de investigação de provocar a morte da menina Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, que teria inalado o gás.

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