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Cidades

Reajuste da mensalidade escolar no Estado deve ser o dobro da inflação em 2026

O aumento médio do valor em Mato Grosso do Sul seguirá a tendência nacional podendo chegar a 10%

Por Judson Marinho | 02/10/2025 10:25
Reajuste da mensalidade escolar no Estado deve ser o dobro da inflação em 2026
Sala de aula de Universidade Particular de Campo Grande (Foto: Divulgação)

O reajuste anual das mensalidades nas escolas particulares do Mato Grosso do Sul em 2026 terá aumento médio de 5% a 10%, podendo superar ou até dobrar a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano, que é de 4,83%.

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As escolas particulares de Mato Grosso do Sul devem ter reajuste médio de 5% a 10% nas mensalidades em 2026, podendo ultrapassar o dobro da inflação atual, que é de 4,83%. O aumento considera fatores como salários de professores, insumos e custos operacionais, segundo o Sinepe. Uma consultoria nacional prevê reajuste médio de 9,8% no país, acima da inflação, com escolas buscando recuperar perdas da pandemia. Em Campo Grande, as mensalidades variam até 340%, revelando disparidades significativas entre instituições.

Ao Campo Grande News, o presidente do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino), Audie Andrade Salgueiro, confirmou que a taxa de reajuste no Estado deve seguir a projeção nacional de aumento anual das mensalidades.

"O contrato é anual; portanto, o reajuste da mensalidade ocorre uma vez por ano e, em Mato Grosso do Sul, será de 5% a 10%", informou.

Segundo o presidente da Sinepe, para estabelecer o valor do reajuste da mensalidade, levam-se em consideração os seguintes critérios: reajuste salarial de professores e funcionários administrativos; insumos; formação e capacitação; contas de água e energia elétrica; e o reajuste do aluguel.

Segundo a projeção nacional do Grupo Rabbit, consultoria especializada em instituições privadas de ensino, as escolas particulares devem reajustar as mensalidades para o próximo ano letivo, em média, em 9,8%.

O patamar é mais que o dobro da inflação prevista para este ano pela pesquisa Focus, do Banco Central, de 4,83%.

A pesquisa do grupo ouviu 308 escolas particulares de todas as regiões e mostra que o aumento deve pesar mais no bolso do que nos últimos anos. Em 2023, a média calculada foi de 9,3%, enquanto no ano passado o índice ficou em 9,5%.

No cenário nacional, segundo Christian Coelho, CEO da consultoria, são levados em conta, para calcular o reajuste dos colégios, a inflação do período, os investimentos feitos no ano anterior e o reajuste dos salários dos professores.

A pesquisa também aponta que os percentuais são uma tentativa das escolas de recuperar as perdas da pandemia. Outra pesquisa do grupo informou que 70% dos colégios estão mais endividados do que antes de 2020.

Durante as mudanças e investimentos necessários em tecnologia para aulas em EAD (educação a distância), as escolas também sofreram com a redução no número de alunos e a concessão de descontos.

Um levantamento do Procon Mato Grosso do Sul, instituição vinculada à Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), realizado no mês de janeiro de 2025, apontou que os valores das mensalidades escolares em Campo Grande apresentaram variação de até 340%.

A pesquisa considerou os preços aplicados em 16 escolas da Capital, entre os dias 6 e 8 de janeiro.

No Fundamental I, do 1º ao 5º ano, há variação de 340,31% entre os estabelecimentos de ensino. Para o período vespertino, a mensalidade é de R$ 488,97 no Centro e de R$ 2.153 no Jardim Autonomista.

Para alunos do Fundamental II, com ensino integral do 6º ao 8º ano, a menor variação chegou a 162,43%. Os valores entre as escolas oscilam de R$ 770 na Vila Jacy a R$ 3.642,58 no Jardim dos Estados.

Entre os estabelecimentos que ofertam o 1º ano do Ensino Médio Integral, a diferença é de 185,61%, com preços entre R$ 1.262,50 no bairro Amambai e R$ 3.605,88 no Jardim dos Estados.