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Cidades

"Vergonha": secretário pede que pais de MS vacinem crianças contra paralisia

Doença foi erradicada há 30 anos, mas casos voltaram no mundo e adesão a vacina tem sido baixíssima

Caroline Maldonado | 07/11/2022 12:36
Criança recebe gotas de vacina contra a poliomielite, a paralisia infantil, em unidade de saúde de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Sesau)
Criança recebe gotas de vacina contra a poliomielite, a paralisia infantil, em unidade de saúde de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Sesau)

Depois do pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, no domingo (6), em que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu para que pais vacinem suas crianças contra a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul classificou a baixa adesão à vacina como “uma vergonha” e disse que espera que investimento de R$ 2,5 milhões ajude a mudar o cenário.

O Programa do Governo do Estado destinou R$ 5 mil a cada uma das 508 salas de vacinação do Estado para turbinar a vacinação de todas as doses previstas no cartão. A adesão tem sido baixa em todas as cidades.

Na Capital, a campanha de vacinação contra a doença obteve apenas 21% da cobertura desejada entre as 57 mil crianças. A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é de que ao menos 95% do público esteja vacinado. A vacina é para crianças de 1 a 4 anos de idade.

“O Governo do Estado incentiva, distribui e cobra, mas a execução é feita pelos municípios. Implantamos esse programa há dois meses. Precisamos de conscientização. O Brasil já foi exemplo no mundo e por motivos outros estamos com todas as vacinas com baixo índice. Não entendemos o motivo dessa mudança de comportamento em que as pessoas não estão procurando as vacinas”, disse o secretário ao Campo Grande News, hoje (7), durante lançamento do Novembro Azul, no Hospital de Câncer Alfredo Abrão.

Secretário de Estado de Saúde, Flávio Brito, durante lançamento de campanha no Hospital de Câncer. (Foto: Kamilla Ratier/SES)
Secretário de Estado de Saúde, Flávio Brito, durante lançamento de campanha no Hospital de Câncer. (Foto: Kamilla Ratier/SES)

O secretário lembrou que a doença foi erradicada há mais de 30 anos no mundo e no Brasil. O novo recurso tem possibilitado que os municípios paguem transporte para levar a vacinação à área rural ou pode ser utilizado da forma que os secretários acham melhor para alcançar essas pessoas que ainda não levaram os filhos para tomar as vacinas.

“É uma vergonha voltar com essa doença. A minha geração teve crianças com paralisia infantil, hoje não tem mais como antes. É só uma gotinha [a vacina]. Nós fazemos um apelo diário, não só para a pólio, mas para todas as vacinas. Os municípios têm feito seu trabalho, todos os secretários municipais estão comprometidos indo à fazendas no interior e fazendo busca ativa, colocando vacinação no fim de semana, aqui na Capital, colocando em shoppings. Levem seus filhos, se vacinem. As vacinas não dão doença. No caso da covid, por exemplo, salvaram vidas. ”, comentou.

Alerta no mundo - A necessidade de uma nova vacinação contra a poliomielite surgiu devido ao vírus ter voltado a circular em outros países, como Estados Unidos, que não registrava mais casos em diversas regiões. Em julho, o País confirmou o diagnóstico em um adulto não vacinado.

As UBS (Unidades Básicas de Saúde) têm as doses e continuam vacinando mesmo com fim da campanha de incentivo.

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