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Cidades

Após mais de 5h, PF deixa escritório de filho de desembargador

Nota fiscal de R$ 227 mil objeto de contrato "genérico" seria mecanismo de "repasse suspeito" entre PSG e Fábio Castro Leandro

Mayara Bueno e Bruna Pasche | 27/11/2018 13:34
Agentes deixam prédio com malotes no fim da manhã desta terça-feira (dia 27). (Foto: Kísie Ainoã).
Agentes deixam prédio com malotes no fim da manhã desta terça-feira (dia 27). (Foto: Kísie Ainoã).

Viaturas da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria Geral da União) acabaram de deixar o prédio do escritório de Fábio Castro Leandro, na Rua Alagoas, em Campo Grande. Os investigadores saíram do prédio com dois malotes de documentos.

Fábio Castro Leandro, que dá nome à empresa de assistência jurídica, foi procurador-geral da Prefeitura de Campo Grande quando Gilmar Olarte assumiu o comando do Executivo municipal. O advogado também é filho do desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), PaschoalCarmello Leandro

As equipes chegaram no local por volta das 7h30 e só saíram às 13 horas, sem falar com a imprensa. O escritório é alvo da 6ª Operação Lama Asfáltica, batizada de Computadores de Lama.

Segundo consta na decisão da 3ª Vara Federal, o escritório Fábio Leandro Advogados Associados firmou contrato com a PSG Tecnologia, em 2015, também investigada pela PF (Polícia Federal), Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União).

Tal contrato foi assinado em 3 de dezembro de 2015, no valor de R$ 200 mil, seria sobre “honorários advocatícios e de prestação de serviços profissionais”.

O entendimento foi de que o objeto do contrato é “muito genérico”. Junto com o documento, a investigação encontrou nota fiscal emitida pelo escritório de Fábio Leandro por R$ 227.272,72 em 4 de dezembro de 2015.

Este último valor, de acordo com o comprovante bancário, foi transferido em 7 de dezembro daquele ano. “Diante disso, conclui os investigadores, que esse contrato representou apenas um mecanismo de repasse suspeito da PSG para o escritório da advocacia de Fábio Leandro”.

Outro fator que "reforça" a suspeita em torno do contrato é que a investigação não encontrou, em consultas aos sistemas do TJ e Justiça Federal, nenhuma ações judiciais envolvendo a PSG e o escritório. 

Além de seu escritório, a PF também fez buscas na casa no Damah II. A reportagem tentou conversar com funcionários e com Fábio Leandro na sede do escritório, mas ninguém atendeu. De fora, foi possível ver a porta que divide a antessala do resto do prédio fechada.

Computadores de Lama

A PF (Polícia Federal), a CGU (Controladoria Geral da União) e a Receita Federal foram às ruas nesta manhã para cumprir 4 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em Campo Grande, Jaraguari, Dourados e Paranhos.

Em Campo Grande, equipe foi no TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), no Parque dos Poderes. No local, as buscas foram feitas no gabinete de assessor do conselheiro Osmar Jerônymo, que foi braço direito de André Puccinelli (MDB).

A força-tarefa apreendeu documentos ainda na casa de João Baird, no Edifício Monterosso, na rua Antônio Maria Coelho, em frente ao Parque das Nações Indígenas.

De acordo com a PF, nesta fase, donos de empresas de informática que prestam serviços para o Poder Público são investigados por enviar valores clandestinamente para o exterior e o uso de “laranjas” para ocultar patrimônio adquirido com dinheiro desviado dos cofres públicos.

O desvio se dava por meio da compra fictícia ou ilegal de produtos e contratos simulados, conforme a apuração.

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