Acidente matou irmãs japonesas na volta de passeio tradicional das tardes
Mais de 50 olhares lacrimejados e 11 coroas. A tristeza e homenagens no velório das irmãs Tereza Aiko Yara, 62, e Lúcia Higa,70, na manhã desta sexta-feira(17), mostram o quanto eram queridas. As duas morreram em um acidente, ocorrido na tarde de ontem (16), quando foram atropeladas, voltando do passeio que já estavam acostumadas a fazer todas as tardes.
"Está sendo muito difícil, porque foi inesperado. Apesar da idade, elas eram saudáveis e ninguém imagina isso", disse o filho de Lúcia, Celso Shirata. Descentes de japoneses, mas naturais de Campo Grande, cada uma delas era mãe de três filhos, e também deixam os maridos.
Tereza estava a espera do primeiro neto, que deve nascer em três meses, e Lúcia já tinha uma netinha de dois anos, porém não via uma das filhas há algum tempo, pois ela mora no Japão. A moça agora está a caminho do velório da mãe, mas, segundo a família, não deve chegar a tempo.
Zilda Cavalcante, 72 anos, conhecia as irmãs. Elas a ajudaram a organizar um almoço beneficente para um neto dela, que precisava fazer uma cirurgia que custava R$ 5 mil. "Eram mulheres fortes, alegres, ajudaram muito a gente lá", contou.
A família disse que não sabe as circunstâncias do acidente, por isso não julga o motorista. "Eu cheguei depois do ocorrido, vamos esperar o boletim de ocorrência da polícia", disse o filho de Lúcia.
Tereza morreu no local do acidente, por isso o velório ocorre desde o início da manhã de hoje. Já Lúcia foi levada em estado grave para a Santa Casa, mas não resistiu e morreu horas depois. O corpo dela chegou ao velório, realizado na Rua 13 de maio, por volta das 11h15. O horário e local do enterro ainda não foram definidos.
O acidente - Conforme testemunhas, o Logan Renault, dirigido pelo mestre de obras Hélio Bezerra, 52 anos, trafegava pela Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando um outro automóvel entrou na frente, e ele fez uma manobra brusca à esquerda. Na conversão abrupta, ele atropelou duas mulheres que atravessavam a via fora da faixa.
A esposa do motorista do Logan, Rosangela Bezerra, 42, disse que o casal possui o carro há cinco anos e nunca sofreu acidente. “É um susto muito grande. É um drama ter que passar por um acidente”, lamentou Rosangela.