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Economia

Greve de ônibus pode dar prejuízo de R$ 58 milhões/dia à indústria, estima Fiems

Federação afirma que paralisação diretamente a capacidade produtiva; impacto depende do nível de ausência

Por Jhefferson Gamarra e Aline dos Santos | 16/12/2025 13:54
Greve de ônibus pode dar prejuízo de R$ 58 milhões/dia à indústria, estima Fiems

A greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus, iniciada ontem (15), tem impacto direto e imediato sobre a indústria de Campo Grande e pode provocar prejuízos de até R$ 58 milhões por dia, caso 75% dos trabalhadores fiquem impedidos de chegar aos seus postos de trabalho. A avaliação é da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), que alerta para os efeitos da paralisação sobre a capacidade produtiva da Capital.

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A greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus em Campo Grande pode causar prejuízos diários de até R$ 58 milhões à indústria local, segundo a Fiems. O valor considera um cenário com 75% de ausência dos 22 mil trabalhadores formais do setor de transformação, que produzem em média R$ 3.500 por dia útil. A paralisação, que afeta mais de 100 mil passageiros, teve ordem judicial do TRT para manter 70% da frota operando, sob multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento. O tribunal agendou audiência de conciliação para buscar acordo entre as partes.

De acordo com o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a interrupção do transporte coletivo compromete especialmente a indústria de transformação, considerada um dos pilares da economia campo-grandense. “A greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus atinge diretamente a capacidade produtiva de Campo Grande e compromete o funcionamento da indústria de transformação”, afirmou.

Levantamento do Observatório da Indústria da Fiems, elaborado com base em dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, em Mato Grosso do Sul, o valor médio produzido por trabalhador da indústria é de R$ 3.500 por dia útil. Segundo a entidade, quando o empregado não consegue se deslocar até o local de trabalho por falta de transporte coletivo, a perda econômica ocorre de forma imediata.

Campo Grande concentra cerca de 22 mil trabalhadores formais na indústria de transformação, distribuídos em segmentos como confecções, frigoríficos, alimentos, vidro, pré-moldados e marcenaria. Conforme o nível de paralisação do transporte e a consequente ausência de mão de obra, o impacto financeiro diário varia significativamente.

Com 25% de ausência de trabalhadores, a estimativa de prejuízo é de aproximadamente R$ 19 milhões por dia. Já em um cenário mais crítico, com 75% de ausência, as perdas podem chegar a quase R$ 58 milhões diários.

A Fiems destaca que os efeitos da greve não se limitam à indústria de transformação. Outros setores industriais também são afetados, como a construção civil, que enfrenta atrasos no andamento das obras e prejuízos nos cronogramas de entrega, comprometendo contratos e planejamentos previamente estabelecidos.

Greve - A paralisação do transporte coletivo urbano afeta mais de 100 mil passageiros por dia em Campo Grande. Diante do impasse, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região) determinou que 70% dos trabalhadores do transporte coletivo retomem as atividades. A multa diária pelo descumprimento da decisão foi elevada de R$ 20 mil para R$ 100 mil. Apesar da ordem judicial, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande manteve a paralisação integral.

O TRT/MS agendou uma audiência de conciliação para a tarde desta terça-feira, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito entre trabalhadores e empresas.