Segundo dia de greve surpreende quem achava que paralisação seria rápida
Os funcionários recorreram a aplicativos para conseguir chegar ao seu local de trabalho
Para trabalhadores e usuários do transporte coletivo de Campo Grande, a expectativa era de que a greve dos motoristas durasse apenas um dia. No entanto, a paralisação continuou nesta terça-feira (16) e pegou muita gente de surpresa, ampliando os transtornos e os gastos com transporte por aplicativo.
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A greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande continua pelo segundo dia consecutivo, surpreendendo usuários e causando transtornos. Trabalhadores e passageiros, que esperavam uma paralisação de apenas 24 horas, precisaram recorrer a transportes alternativos, principalmente aplicativos de mobilidade. Os impactos são sentidos principalmente no orçamento dos usuários. Moradores relatam aumento nos valores das corridas por aplicativo, como no caso de uma passageira que pagou R$ 17 por um trajeto que normalmente custaria R$ 10. A situação é ainda mais crítica para residentes de bairros afastados do Centro.
Morador do Bairro Monte Castelo, Nildo Cafaro da Silva, de 57 anos, começava o primeiro dia como segurança em uma empresa no Centro quando se deparou com a continuidade da greve. Para ele, a situação tende a se arrastar. “Eu acho que deve durar mais, porque, ao que aparenta, não foi acertado nada. E sempre quem fica no prejuízo é o trabalhador que precisa”, avaliou.
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Nildo conta que possui uma bicicleta elétrica, mas vê dificuldades para utilizá-la em dias de chuva. “Como sair em dia de chuva? O Centro, nessa hora, já era para estar lotado. Espero que se acertem e resolvam logo, porque quem sofre é a gente, trabalhador”, comentou.
A aposentada Aide Forte, de 69 anos, também acreditava que a paralisação não passaria de um dia. De guarda-chuva, casaco e visivelmente molhada, ela contou que precisou recorrer ao transporte por aplicativo para levar a neta ao Teatro Aracy Balabanian, onde a jovem faria uma apresentação. “Se fosse de ônibus, rapidinho a gente estaria aqui. Não tinha como não vir, ela tem uma apresentação e vai fazer a passagem de palco hoje”, explicou.
Aide relatou que pretende aproveitar a ida ao Centro para resolver pendências e pesquisar compras de fim de ano, mas já calcula novos gastos. “De noite vai ter que pegar outro Uber para ir embora,” disse.
Segundo ela, o valor da corrida foi mais alto que o habitual. “Como é um bairro pertinho, normalmente dá R$ 9 ou R$ 10. Hoje deu R$ 17. Se brincar, a gente vem a pé. Imagino quem mora em bairro afastado, dá até dó”, afirmou.
Já o vendedor Pedro Henrique Alves, de 20 anos, morador do Bairro Vida Nova, contou que passou a depender de Uber para conseguir trabalhar. Para ele, a situação é ruim para todos os lados. “Assim, os caras precisam, né? Não é bom para ninguém. Para a gente, que precisa mais, é complicado, mas eles dependem disso”, avaliou.
Pedro também disse que não esperava a continuidade da greve. “Achei que seria só ontem. Não achei que ia ser hoje também. Fiquei sabendo pela minha mãe que não teria ônibus”, relatou.
Greve - A decisão de cruzar os braços foi tomada na última quinta-feira (11) em assembleia que reuniu mais de 200 motoristas. A categoria cobra o pagamento integral dos salários que deveriam ter sido depositados no dia 5 de dezembro, além de outros direitos em atraso.
Na tentativa de conter a paralisação, o consórcio informou, no fim da tarde de sexta-feira (12), que efetuou o pagamento de 50% dos salários atrasados. O repasse parcial, no entanto, não foi suficiente para suspender a greve.
A Prefeitura de Campo Grande informa que todos os repasses foram feitos em dia e até antecipados, inclusive, R$ 3 milhões do subsídio de dezembro, para permitir o pagamento dos salários.
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