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Capital

Advogados de presos criticam abordagem do Gaeco na Operação Blindagem

Defesa questiona prisões e aponta falhas na divulgação do caso

Por Kamila Alcântara e Maria Gabriela  Arcanjo | 07/11/2025 14:10
Advogados de presos criticam abordagem do Gaeco na Operação Blindagem
Advogado Marcos Ivan defende um casal preso durante a Operação Blindagem (Foto: Maria Gabriela Arcanjo)

Na tarde desta sexta-feira (7), durante atendimento aos clientes detidos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), advogados criticaram como a Operação Blindagem foi cumprida em Campo Grande. O objetivo da investigação é atingir uma rede criminosa comandada de dentro dos presídios.

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A Operação Blindagem, deflagrada pelo Gaeco, cumpre 76 mandados em três estados para desarticular organização criminosa ligada ao PCC. A ação, que teve início após apreensão de celular em presídio, investiga tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. Advogados dos detidos criticam a abordagem e divulgação das prisões. Durante as investigações, foram apreendidos valores em dinheiro, cheques de R$ 200 mil, armas e munições. A organização utilizava caminhões com fundo falso e serviços de Sedex para transportar drogas.

Marcos Ivan, advogado de Selma Nunes Roas e Alexsandro Nunes, criticou a atuação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). "O Gaeco chegou com o mandado e, embora se suspeite de uma ligação do casal com pessoas do sul do País, conhecer alguém não significa ser parte de uma facção. Essas operações são muito abruptas e não consideram o contexto. Muitas vezes, elas geram prejuízo à imagem de quem está sendo acusado, ainda que as denúncias precisem ser provadas", disse o defensor.

Rauane Mendes, advogada de Brenda Yasmin Martins de Freitas, também questionou a divulgação sobre a prisão de sua cliente. "Foi divulgado que ela estava com armas, mas essa informação está errada. Só foi apreendido um celular. Confiamos na Justiça e sabemos que minha cliente não tem qualquer envolvimento com facções. Ela foi surpreendida", afirmou.

Já o advogado José Roberto Rosa, defesa de Michel Lescano, disse que neste momento, está se inteirando de toda a situação e buscando entender a extensão da operação. “Agora, vamos verificar o que foi apreendido, qual material foi coletado durante a investigação e o que foi produzido até o momento", disse o defensor.

Rosa ainda mencionou que estará presente amanhã na audiência de custódia para acompanhar o processo.

As prisões fazem parte de uma grande operação que investiga tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, com foco em criminosos que operam dentro dos presídios. O Gaeco está cumprindo 76 mandados em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa com vínculos com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e interromper suas atividades no tráfico interestadual de entorpecentes e outros crimes.

Até o momento, a reportagem conseguiu confirmar a prisão de seis pessoas durante a operação, incluindo: Selma Nunes Roas; Alexsandro Nunes; Tiago Paixão de Almeida, conhecido como "Boy"; Johan Fabiano Costa Lescano, tio de Michel Lescano, que também foi detido e a advogada Brenda Yasmin Martins de Freitas.

Em entrevista, Felipe Alvarez Madeira, delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, detalhou as ações da operação realizada pelo Gaeco, que resultou na prisão de vários suspeitos. "Além dos mandados de prisão cumpridos, tivemos dois flagrantes por posse irregular de arma de fogo. Um desses flagrantes ocorreu na casa de um dos alvos de buscas", explicou o delegado.

O delegado Felipe Alvarez Madeira destacou que a responsabilidade pela operação é do Gaeco. Ele também informou que o processo segue em segredo de justiça, o que limita a divulgação de detalhes adicionais no momento.

O Ministério Público Estadual apontou que a operação foi deflagrada após a apreensão de um celular utilizado por um dos líderes da organização criminosa dentro de uma cela de presídio. Durante as investigações, foram apreendidos valores em dinheiro, cheques no valor de R$ 200 mil, armas de fogo e munições. A operação também identificou a utilização de métodos como caminhões com fundo falso, Sedex e transporte por passageiros em vans para enviar drogas para diversas regiões do Brasil.

Além disso, membros da organização eram acusados de extorsão, violência e restrição de liberdade, cobrando dívidas relacionadas ao tráfico de drogas e usura. A operação continua em andamento, e mais informações devem ser divulgadas à medida que os mandados são cumpridos e os detalhes da investigação se tornam públicos.

Liberado - Um dos presos, identificado apenas como Enio e que é militar do Exército, pagou fiança no valor de R$ 3 mil e foi liberado. Advogados e familiares não quiseram falar com a imprensa.

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