Após nove anos, Tribunal de Justiça desarquiva "misterioso" Caso Motel
Após nove anos, os assassinatos do estudante Murilo Boarin Alcalde e da garota de programa Eliane Ortiz seguem impunes. O mistério continua, mas, na semana passada, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu desarquivar o Caso Motel, como o crime ficou conhecido, a pedido do MPE (Ministério Público Estadual).
A decisão foi da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Os autos do processo foram entregues a procuradora do Estado, Itaneide Cabral Ramos.
No ano passado, o STJ (Superior Tribunal de Justiça), não acolheu recurso do MPE, que pretendia levar a júri popular três acusados pelo duplo homicídio: Getúlio Morelli dos Santos, Adriano de Araújo Mello e Írio Vilmar Rodrigues. Getúlio e Adriano são policiais militares. Írio é acusado de ser traficante. Também foi denunciado Ronaldo Villas Boas Ferreira, que também estaria envolvido nos crimes.
A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que negou recurso para que os acusados fossem a júri popular chegou a ser analisada pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil). O objetivo era verificar se existia algum recurso jurídico contra o desfecho de impunidade.
O MPE também já tinha entrado com recurso especial contra uma decisão do TJMS. O órgão não tinha pronunciado os acusados em relação à suposta prática de homicídio qualificado com motivo torpe, asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de garantir a impunidade de outro crime.
O casal foi encontrado morto em um quarto de um motel de Campo Grande, no dia 21 de junho de 2005. As suspeitas eram de que Murilo e Eliane, ambos de 21 anos, foram assassinados em outro local e desovados no motel. Para o MPE o duplo assassinato estaria ligado ao tráfico de drogas.