ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, QUINTA  12    CAMPO GRANDE 18º

Capital

Assassino de jornalista também responderá por agressão a ex e roubo de celular

Crime aconteceu meses antes do músico conhecer sua última vítima, a jornalista Vanessa Ricarte

Por Kamila Alcântara | 11/06/2025 09:28
Assassino de jornalista também responderá por agressão a ex e roubo de celular
Foto de Caio apresentada ao motorista de aplicativo que teve o celular roubado (Foto: Reprodução)

O músico Caio César Nascimento, de 35 anos, acaba de ser denunciado novamente pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por agredir violentamente uma ex-namorada no meio da rua e ainda roubar o celular do motorista de aplicativo que tentou socorrer a vítima.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O músico Caio César Nascimento, de 35 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por agredir sua ex-namorada em via pública e roubar o celular de um motorista que tentou ajudar a vítima. O incidente ocorreu em 30 de junho de 2024 e agora tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Caio já é réu por feminicídio qualificado, cárcere privado e violência psicológica, após a morte da jornalista Vanessa Ricarte, em fevereiro deste ano. A promotoria solicitou indenização à família da vítima e negou benefícios ao réu, considerando seu histórico criminal e a gravidade das acusações.

O caso aconteceu em 30 de junho de 2024, mas só foi denunciado oficialmente na última semana e agora tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Foi antes dele se envolver com a jornalista Vanessa Ricarte, assassinada em fevereiro deste ano.

Segundo os autos do processo, obtidos pelo Campo Grande News, naquele dia, um motorista de aplicativo recebeu uma solicitação de corrida que começava em um bar e terminaria em um condomínio no Bairro Santa Fé. Durante o trajeto, a passageira, de 50 anos, pediu que o namorado também embarcasse, o Caio.

Já no destino, o casal começou a discutir no meio da rua. A mulher correu de volta ao carro e pediu: “me tira daqui e despista ele”. Caio, no entanto, localizou a vítima cerca de 500 metros adiante, já na esquina da Avenida Ceará com a Rua Piratininga, onde iniciou o ataque.

“Caio arrancou a senhora do veículo e iniciou diversas agressões físicas. O declarante conta que ele a derrubou no chão, pisou no pescoço dela, deu vários socos na cabeça. Em seguida, fugiu do local e, ao passar pela lateral do carro, subtraiu meu celular Xiaomi, avaliado em R$ 1,5 mil”, detalhou o motorista à polícia.

A mulher foi socorrida por testemunhas e levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa. O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) por policiais militares que atenderam a ocorrência.

Dias depois, o motorista foi chamado à Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) para reconhecer o suspeito por meio de fotos. Na época, ele só sabia que o agressor se chamava Caio, tinha pele morena clara e mais de 1,80 metro de altura. Ao ver a imagem apresentada pelos investigadores, confirmou a identidade do autor.

Em outubro, quando conheceu Vanessa, o processo ainda estava em andamento e aguardava manifestação do Ministério Público. A denúncia foi formalizada em 13 de maio deste ano pelo promotor Marcelo Ely, que também solicitou ao juiz a juntada de antecedentes criminais do réu, com informações detalhadas sobre eventuais condenações ou processos em curso, a serem fornecidas pelo cartório distribuidor de Campo Grande, Instituto de Identificação estadual e o Instituto Nacional de Identificação.

O promotor também pediu que a vítima fosse informada da instauração da ação penal. Ele ainda recusou ao réu o benefício da suspensão condicional do processo e o acordo de não persecução penal, com base no histórico criminal de Caio, que responde a outros processos, apresenta conduta reincidente e está preso preventivamente por feminicídio, circunstâncias que, segundo a legislação, impedem a concessão desses benefícios.

Assassino de jornalista também responderá por agressão a ex e roubo de celular
Caio Nascimento durante depoimento das testemunhas da morte da jornalista Vanessa Ricarte (Foto: Osmar Veiga)

Réu -  Caio foi denunciado por feminicídio qualificado por motivo fútil, cárcere privado e violência psicológica ainda em fevereiro deste ano. A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, da 19ª Promotoria de Justiça afirmou no documento que o acusado agiu de forma repugnante e torpe. Ela ainda pediu indenização não inferior a R$ 10 mil para a família de Vanessa.

O músico virou réu pelo crime em 19 de março deste ano. Para o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, “a materialidade do fato está presente, neste momento inaugural, no caderno investigatório, assim como parece haver indícios suficientes de autoria. Portanto, presente a justa causa para a propositura da ação penal”, registrou no recebimento da denúncia.

Porém o magistrado considerou inadequada a acusação de cárcere privado, porque não ficou demonstrado como o músico manteve a jornalista presa e ainda que o MP não demonstrou evidências de que Vanessa sofria violência psicológica.

A morte – Vanessa Ricarte foi morta no dia 12 de fevereiro deste ano, horas depois de ir à Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) para denunciar o músico por violência e pedir medida protetiva. A ordem judicial para que Caio Nascimento se mantivesse afastado da jornalista foi expedida, mas não chegou até ele.

No fim da tarde, Vanessa decidiu ir até sua casa, acompanhada por um amigo, para pegar roupas e pertences. Ao chegar ao local, ela foi esfaqueada pelo ex-noivo três vezes.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias