Ato na Capital pede justiça por LaBrysa, rapper assassinada em Cuiabá
LaBrysa foi encontrada morta no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, nesta quinta-feira (9)
No fim da tarde desta sexta-feira (10), dezenas de pessoas se reuniram no centro de Campo Grande em um ato em memória e pedindo justiça pela rapper Laysa Moraes Ferreira, conhecida como LaBrysa, de 30 anos. Natural de Mato Grosso do Sul, LaBrysa foi encontrada morta no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, nesta quinta-feira (9).
Artistas, amigos e admiradores ocuparam a esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena, ao lado da Praça Ary Coelho, segurando cartazes e cantando músicas em homenagem à artista. O movimento também se espalhou por cidades como Três Lagoas, Dourados e Cuiabá, unindo fãs e colegas da rapper na luta por respostas e justiça.
Laysa, que nasceu em Três Lagoas e viveu em Campo Grande, construiu uma carreira de 12 anos na música e poesia. Reconhecida como uma das principais vozes do freestyle no Centro-Oeste, ela conquistou títulos em batalhas de rap, como o campeonato “Vai Ser Rimando”, promovido pelo rapper Emicida. Além disso, era uma referência para o rap feminino e uma voz ativa contra machismo e preconceitos no cenário hip-hop.
O rapper e professor Gabriel Mendes, amigo próximo de LaBrysa há seis anos, falou emocionado sobre sua luta e legado. "Ela sempre lutou muito pelo rap, pelas mulheres, pelos direitos. Sempre que havia machismo, ela batia de frente, dava seu posicionamento e incentivava outras mulheres. Ela era uma inspiração, uma figura de resistência e empoderamento preto e feminino. Sua partida é uma perda enorme para todos nós."
Mel Dias, rapper que já participou de uma música de LaBrysa, chamada “Ninguém se Mete”, destacou sua força e legado. "A LaBrysa sempre foi uma mulher de discurso forte e versos poderosos. Ela era referência, uma das poucas mulheres ativas nas batalhas aqui. Para o cenário musical, ela era resistência. Este ato é importante para que sua memória não seja apagada, para que ela seja lembrada como uma linha de frente nas batalhas e rimas de Campo Grande."
Questionamentos à motivação do crime - A polícia investiga a possibilidade de o gesto feito em uma foto postada por LaBrysa no Instagram ter sido confundido com o de uma facção criminosa rival, uma motivação que tem registrado aumento em casos recentes. No entanto, amigos e manifestantes questionaram essa hipótese. Eles não acreditam que o crime tenha qualquer relação com facção criminosa
Segundo o delegado Bruno Abreu, responsável pelo caso, o corpo da rapper foi encontrado enrolado em um tapete, amarrado a uma lata com concreto e jogado no rio. O corpo não apresentava sinais de violência física evidente.
Segundo os amigos, a Prefeitura de Três Lagoas se prontificou a ajudar com o translado do corpo, aliviando parte das dificuldades enfrentadas pela família, que já não necessita mais de doações via Pix.
"A justiça pode vir, mas a memória dela precisa ser preservada. É isso que queremos, mostrar quem foi LaBrysa e sua importância para nossa cultura," concluiu Mel.
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