Atuação de defesa e acusação divide público que acompanhou “júri histórico”
Após 3 dias, julgamento do caso da execução do estudante Matheus Coutinho Xavier chega ao fim nesta quarta
A plateia que lotou o plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande para acompanhar o “júri histórico” durante os três dias de julgamento do caso da execução do estudante Matheus Coutinho Xavier saiu dividida entre a possibilidade de absolvição ou condenação do réus Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, acusados de planejar fuzilamento do jovem.
A única unanimidade entre os presentes é que todos os processos e embates entre defesa e acusação em plenário foram verdadeiras aulas. Desde o início, a acusação insistiu na tese de provas que indicam a conexão entre os réus, enquanto as defesas de todos dizem que se tratam apenas de indícios, insuficiente para condenação.
“É bem cansativo. Estou no décimo semestre da faculdade de Direito e está dando para aprender muito. Uma verdadeira aula ao vivo. Com base na atuação da defesa, eu acredito na absolvição dos três”, opinou a estudante Maricelly de Oliveira Vicente, de 22 anos.
A mesma opinião é compartilhada pela advogada Isa Machezi, 58 anos, que atua na área criminal e rasgou elogios para os colegas de profissão que atuaram na defesa dos réus. Em seu entendimento, todos os três que respondem pela execução serão absolvidos.
“Muito técnico, júri espetacular. Eu faço júri também, sou advogada criminalista, e os advogados são muito bons, os de defesa. Em outros júris, talvez pela situação, pelo fato em si, são três réus e já dura três dias. Eu fiz um júri recentemente, eram dois réus e durou um dia. O resultado é bastante complexo, o júri tem uma decisão, mas pelo trabalho da defesa eu acho que vai dar absolvição”, comentou a advogada.
Com pretensão de ser promotor, o estudante de direito Anderson Lombardi, 32 anos, destacou a forma com que todo o júri foi conduzido e diante de tudo que foi dito nas alegações acredita que os réus serão condenados.
“Estou achando bem legal, porque a defesa usou o tempo dela, acusação também, o juiz agiu com cordialidade. Eu sempre acompanho os júris, pretendo ser promotor, mas esse é o maior julgamento de Mato Grosso do Sul, então achei bastante proveitoso. Acredito na condenação”, disse o estudante.
Por fim, o advogado Mauro Sérgio de Oliveira, 51 anos, que também acredita na condenação dos membros da organização criminosa, avalia que os argumentos de defesa e acusação foram bastante claros para orientar a decisão do corpo de jurados.
“Agora, é o momento de conhecer o julgamento onde o corpo de jurados julga representando a população campo-grandense. Então eu acredito que devido à explanação tanto da acusação quanto da defesa, que os jurados já se encontram conscientes para fazer o julgamento. Eu acredito que sejam condenados”, frisou Oliveira.
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