Investigação encontra vídeo de assassino ateando fogo em corpos de mãe e filha
Colega contou em depoimento que por duas semanas João Augusto Borges de Almeida planejou crime
RESUMO
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Um homem foi flagrado por câmeras de segurança incendiando os corpos da companheira e da filha de 10 meses em Campo Grande. João Augusto matou Vanessa Eugênia Medeiros e Sophie Eugênia Borges Medeiros por asfixia e, posteriormente, ateou fogo nos corpos na Rua Desembargador Ernesto Borges. Segundo testemunhas, o crime foi premeditado por duas semanas. O Ministério Público denunciou João por duplo feminicídio qualificado e ocultação de cadáveres, alegando que os assassinatos ocorreram por razões de gênero. O órgão solicitou indenização à família e julgamento por júri popular.
Vídeo de câmera de segurança registrou o momento em que João Augusto Borges de Almeida levou e incendiou os corpos da companheira Vanessa Eugênia Medeiros e da filha Sophie Eugênia Borges Medeiros, 10 meses, na Rua Desembargador Ernesto Borges, no Núcleo Industrial Indubrasil, em Campo Grande. O caso aconteceu na noite de 26 de maio deste ano.
Na gravação é possível ver o veículo Gol chegando ao local por volta das 21h50 daquele dia. Oito minutos depois as chamas são vistas de longe e João Augusto indo embora após 50 segundos.
Em depoimento, adolescente de 17 anos que trabalhava com o rapaz em uma distribuidora de bebidas contou que João Augusto planejou matar a companheira e a filha por duas semanas. Segundo o garoto, o assassino pediu sua ajuda e dizia que Vanessa não o deixava fazer nada e ele não queria separar para pagar pensão.
“Eu não acreditava que ele ia fazer isso. Ele me perguntou se eu conhecia alguém para fazer o corre de ‘passar’ duas pessoas. Depois disse que ele mesmo ia fazer. Eu perguntei se ele ia matar mesmo, ele disse que ia enforcar. Falei para ele não matar a criança, mas dar para alguém”, relatou o garoto.
No relato, o adolescente afirma que João sempre reclamava da companheira e que vivia irritado no trabalho. “Ela não o deixou jogar bola com a gente uma vez. Ele ficou muito bravo. Ele vivia reclamando que ela não o deixava fazer nada”, diz.
Já no dia do crime, João pediu para fazer o intervalo em horário diferente do que costumava sair. Horas depois ele retornou com o pescoço arranhado e com o dedo sangrando. “Ele estava desesperado. Chegou em mim e disse ‘matei’, depois saiu andando e pediu para o encarregado para ir no posto porque havia se machucado em uma queda”, contou.
Na versão do adolescente, o rapaz foi até uma unidade de saúde, depois pegou o carro e foi embora sem falar nada. Momentos depois em mensagem de áudio, João contou que estava com os corpos no porta-malas do veículo e que não havia caído e se machucou porque Vanessa o mordeu. (Ouça abaixo).
“Ninguém acreditou nele. Eu falei para ele não matar a criança. Ele ainda disse que ia botar fogo nos corpos lá para os lados do Céuzinho”, finalizou.
Denúncia – João foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por duplo feminicídio qualificado e ocultação/ destruição de cadáveres. Para os promotores de Justiça, Livia Carla Guadanhim Bariani e José Arturo Iunes Bobadilla Garcia os assassinatos aconteceram por “razões da condição do sexo feminino”.
No documento, ao qual o Campo Grande News teve acesso, os promotores discorrem que João matou Vanessa e a filha asfixiadas no quarto do casal e depois retornou ao trabalho. No final do dia ele colocou os corpos no veículo, comprou o combustível e foi até o local onde incendiou as vítimas. “Evadindo-se em seguida”.
No caso da Vanessa, para o MP, o crime é majorado já que foi praticado na presença da filha do casal e foi praticado pelo meio cruel e recursou que dificultou a defesa da vítima que era responsável por criança, já que Sophie tinha apenas 10 meses.
Em relação à filha o crime também foi praticado por meio cruel, cometido contra menor de 14 anos, recurso que impossibilitou a defesa da bebê. E, em ambos os casos, por motivo torpe já que ele assassinou as duas por “não desejar continuar com suas responsabilidades paternais e pelo ódio vingativo que nutria por Vanessa, decorrente das dificuldades que viviam no relacionamento”.
Com isso, o MPMS pediu que o juiz determine que o acusado pague indenização à família das vítimas em razão do dano moral, pois o crime causou “abalo psicológico”, além de pedir que João vá a julgamento em júri popular.
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