Campo Grande tem 121 homicídios em 11 meses e supera números de 2024
De janeiro a novembro do ano passado foram 113 assassinatos na Capital

Campo Grande chega ao fim de novembro com mais homicídios dolosos do que no mesmo período do ano passado. Monitoramento da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) mostra que a Capital acumula 121 assassinatos de janeiro a novembro de 2025, contra 113 registrados entre janeiro e novembro de 2024, aumento de 7%. Pela média atual, o número representa um homicídio doloso a cada três dias na cidade.
RESUMO
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Campo Grande registra aumento de 7% nos homicídios dolosos em 2025, totalizando 121 casos entre janeiro e novembro, contra 113 no mesmo período de 2024. A média atual indica um assassinato a cada três dias na capital sul-mato-grossense. Os crimes estão distribuídos em diversos bairros, como Nova Lima, Lageado, Parque do Sol e Pedrossian. Entre os casos emblemáticos, destacam-se execuções em via pública, emboscadas e assassinatos à luz do dia, demonstrando diferentes padrões de violência na cidade.
Os dados são do painel de monitoramento criminal da Sejusp, que atualiza mensalmente os registros de mortes intencionais. No início deste ano, a curva avançou com força: entre janeiro e maio, a Capital somou 71 homicídios dolosos, crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2024. Com o ano ainda em andamento, o comparativo considera apenas os períodos equivalentes dos dois anos e indica que 2025 é mais violento no recorte analisado.
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As estatísticas são impulsionadas por casos que marcaram a rotina da cidade. O mais recente ocorreu neste domingo (23), no Parque do Lageado, onde um jovem de 20 anos, identificado como Everson Pereira de Melo, foi morto com tiros na cabeça e nas costas, na frente da namorada, depois que a arma do autor falhou no primeiro disparo. A vítima tentou correr, mas foi alcançada poucos metros adiante.

Em agosto, uma execução em frente a uma conveniência do Bairro Nova Lima também ganhou repercussão. Douglas Bragatto do Amaral, 34 anos, filho de policial civil aposentado, foi morto com mais de vinte tiros enquanto aguardava atendimento no local. Horas antes, o mesmo endereço já havia sido palco de outra confusão, quando um motociclista descarregou a arma após ser agredido pelo filho do policial. Douglas terminou atingido no chão, sem chance de fuga.
Dias depois, outro crime chamou atenção pela violência e pela precisão. José Eduardo Amarilha Misiano da Silva, 33 anos, que cumpria pena no regime semiaberto, foi executado com múltiplos disparos assim que deixou o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. Câmeras registraram os dois atiradores esperando por ele do lado de fora, em uma emboscada calculada que durou poucos segundos.
No Maria Aparecida Pedrossian, uma emboscada na Praça dos Amigos terminou com a morte de Luan Felipe Pereira Santana, 24 anos. O caso ocorreu no fim da tarde e envolveu seis suspeitos, que atraíram o jovem para o local com promessa de encontro. Ele foi morto ainda na calçada e o inquérito apontou vingança como motivação.
No Parque do Sol, a rotina de violência também foi registrada. No dia 12 de novembro, Marco Aurélio de Oliveira foi morto com um tiro no rosto em frente a uma padaria do bairro. Moradores relataram que é comum ouvir disparos na região durante a noite e que já haviam presenciado outras tentativas de execução.
A maior parte dos homicídios registrados em 2025 está espalhada por bairros como Nova Lima, Lageado, Parque do Sol, Nasser, Los Angeles, Guanandi, Tarumã e Pedrossian, mostrando que a violência letal não se concentra em uma única região. Entre emboscadas, execuções rápidas, brigas que terminam em tiro e crimes cometidos à luz do dia, o padrão que se desenha no painel da Sejusp reflete a diversidade das situações que elevaram o acumulado deste ano.
Com o ano ainda em curso, o fechamento de dezembro vai indicar se Campo Grande também ultrapassará o total de homicídios dolosos de 2024. No recorte de janeiro a novembro, porém, a cidade já registra mais mortes intencionais do que no mesmo período do ano passado.
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