Celebrado no mesmo dia da padroeira do Brasil, Acutis pode ter data alterada
São Carlo era devoto de Nossa Senhora Aparecida e o milagre atribuído a ele ocorreu em 12 de outubro de 2013
Durante a missa que celebrou o dia de São Carlo Acutis e marcou a transformação da Capela Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São Sebastião, em Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, afirmou que pretende mudar a data dedicada ao santo. A capela fica na Vila Margarida.
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A Capela Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São Sebastião em Campo Grande, foi elevada a Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis. Durante a celebração, o arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa anunciou que pretende alterar a data de celebração de São Carlo Acutis, atualmente no dia 12 de outubro. O local, conhecido como "Capela do Milagre", tem atraído cada vez mais jovens à Igreja Católica. Devotos relatam graças alcançadas pela intercessão do santo italiano, incluindo curas e conquistas pessoais. O santuário tornou-se um importante centro de peregrinação, onde fiéis deixam fitas e bilhetes com pedidos e agradecimentos.
O dia 12 de outubro foi escolhido porque Acutis, italiano, era devoto de Nossa Senhora Aparecida e o milagre atribuído a ele, ocorrido na capital, também foi alcançado nessa data. Mesmo assim, Dom Dimas informou que estuda uma nova data para que a celebração não coincida com a da padroeira do Brasil. Ele não revelou qual seria a possibilidade.
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No altar, durante o sermão na chamada “Capela do Milagre”, o arcebispo destacou que a devoção a São Carlo tem aproximado jovens da Igreja Católica e que muitos acabam levando seus pais junto. “A Igreja só será jovem quando os jovens forem à Igreja”, afirmou. “São Carlo é um exemplo de jovem que conquista outros jovens, mas também adultos, crianças e idosos para o seguimento do Evangelho. Acho que essa deve ser a marca desta paróquia, porque, embora seja um santo jovem, não é um santo só dos jovens.”
Avó do jovem que foi curado por intercessão de Acutis, Solange Lins Viana, de 67 anos, diz sentir uma emoção muito grande diante de todos os eventos. “Por ter sido um milagre com o meu neto, a emoção é maior, porque foi a intercessão dele que possibilitou que ele continuasse vivendo entre nós”.
Sobre o alcance do ato que envolve a canonização de Acutis decorrente do milagre do neto, Solange destaca que há uma gratidão muito grande "por ver que ele, o Carlo, está sendo reconhecido e eu acredito que através disso muitas almas poderão se salvar através da fé", afirmou.
Devotos - Ana Paula de Araújo Seraf, 36 anos, foi à celebração com as três filhas — Bia, 6; Mala, 4; e Júlia, de 8 meses — e diz guardar lembranças que, para ela, comprovam favores alcançados por intercessão do santo. “Nós já tivemos muitos milagres. Minha pétala do túmulo sempre ‘sangrou’ e manchou um livrinho; até hoje guardo a foto”, contou.
O marido dela, Ricardo Saraví, 37, fisioterapeuta e responsável por manusear a relíquia na paróquia, afirmou que cuidar do objeto é “uma honra e uma grande responsabilidade”. Ele relatou experiências que atribui à intervenção do santo: “Percebemos a mão de Carlo nas coisas do dia a dia. Há curas pequenas e grandes, situações que mudaram nossa trajetória.”
Para o casal, a instituição do santuário na capela reforça a expectativa de que a devoção cresça na comunidade. “O que esperamos é que essa fé se espalhe e alcance mais pessoas”, disse Ana Paula.
A jovem Maria Beatriz Toledo de Carvalho, 18 anos, contou que fez pedidos a São Carlo e recebeu boas notícias: passou no vestibular de enfermagem após sucessivas tentativas frustradas e atribuiu a aprovação à intercessão do santo. “Quando pedi, senti que ele via minha fé. Foi o melhor dia da minha vida”, disse. Coroinha e frequentadora da Paróquia São Sebastião desde a infância, ela afirmou perceber mais jovens participando das celebrações desde a canonização de Acutis.
No muro da capela, fitas e bilhetes acumulam intenções de agradecimento e pedidos. À tarde, a comunidade se prepara para a tradicional procissão dos rogos e para mais uma missa solene, quando os fiéis poderão afixar novas fitas ao lado das relíquias. “Vamos orientar a comunidade para colocar as fitas com muita fé”, explicou um voluntário da organização.
Para o padre Marcelo Tenório, pároco da São Sebastião, a transformação do espaço em Santuário Arquidiocesano, agora dedicado a Nossa Senhora Aparecida e a São Carlo Acutis, representa um “tempo novo” para a Igreja local. “Somos privilegiados por receber esse santuário; é uma oportunidade para aproximar gerações e alimentar a esperança”, afirmou.
Ao longo do dia, multiplicaram-se os testemunhos de cura, proteção e conquistas pessoais.
Mais graças – Jhonatas Souza, 35, ferrador e atleta de kung fu, lembrou da recuperação após uma fratura grave. “Sempre confiamos em Nossa Senhora e em São Carlo. Estou aqui para agradecer e ensinar meus filhos a seguir o caminho certo.”

A devota Francielle Vieira, 31, relatou graças pela casa própria e pela recuperação do marido após um acidente. “A missa renova o sacrifício de Jesus; é ali que nos sentimos mais próximos de Deus”, afirmou, apontando os filhos Davi, 5, e Bento, 1, como herdeiros dessa fé.
O que é um santuário - Elevar uma igreja a santuário, na tradição católica, significa que a igreja foi reconhecida oficialmente como um local sagrado de especial devoção e peregrinação. Isso é feito pela autoridade diocesana por meio de um decreto, e depende da dignidade do templo, da piedade popular local e das peregrinações realizadas.
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