Cemitério Santo Amaro reduz calçada para dar espaço a 200 novas covas
Sem capacidade para realizar novos enterros por falta de espaço, o cemitério Santo Amaro, na Vila Sobrinho, em Campo Grande, iniciou uma ampliação que deve resultar em pelo menos 200 novas covas. As obras, que vão reduzir o tamanho das calçadas, devem ser concluídas até o final do mês.
Não há mais espaços disponíveis no cemitério, apenas nos túmulos de família, onde há mais de uma gaveta que ainda não estão ocupadas. Por enquanto, novos enterros só podem ser feitos quando acontecem exumação de corpos, segundo o administrador do local, Milton Thaíra.
"Não temos mais espaço, só quando algum corpo é exumado. Pelo menos 200 covas serão feitas", afirmou Thaíra.
Quase 40 mil pessoas estão enterradas no cemitério municipal Santo Amaro. São, ao todo, 37.141 covas.
A área do cemitério está sendo ampliada em cinco metros, ocupando parte da calçada. Apesar disso, restarão ainda 4,5 metros de largura para a travessia de pedestres. A nova área ocupada faz parte da planta do cemitério.
A ampliação feita na calçada não revolta e não incomoda os moradores da região. “Não faz muita diferença diminuir a calçada. Vai ter um espaço enorme ainda para andar”, disse a técnica em saúde bucal Jaqueline Souza, 25 anos.
Já a desapropriação feita na área da Praça do Papa, ao lado do cemitério, deixou descontente a maioria das pessoas que mora no bairro. Por meio de decreto, a Prefeitura desapropriou 9,1 hectares da área que serão usados para aumentar o cemitério.
Moradores não gostaram da decisão de usar o local para aumentar o Santo Amaro. Eles alegam desvalorização dos imóveis e apontam o risco de contaminação do lençol freático.
“Isso é um absurdo. O prefeito (Alcides Bernal) está piorando a cidade. Essa área está crescendo muito. É um pequeno centro. Aumentou o movimento da Júlio de Castilho (Rua)”, disse o professor e lutador de jiu-jitsu Moisés Júnior que mora próximo ao cemitério.
“Aqui perto já tem Habib’s, têm várias lojas grandes, academias. Aqui poderia ser feito um shopping ou alguma área parecida com a do Belmar Fidalgo”, opinou ele.
A costureira Elizabeth Carmeni, 47 anos, também esperava que o espaço beneficiasse os moradores locais. “Por que não constroem um cemitério em outro local?” questionou ela.
“Não sei se um shopping seria uma boa, bem do lado do cemitério. Mas qualquer outra coisa poderia ser feita”, concluiu a costureira.
MPE: Apesar do protesto de moradores, o MPE (Ministério Público Estadual) não verificou irregularidade no processo de ampliação do cemitério Santo Amaro O procedimento preparatório 29/2013 foi arquivado. O decreto 12.114, de 11 de março de 2013, desapropriou 9,1 hectares da Área do Papa.
De acordo com o Ministério Público, não se constatou nenhuma irregularidade no eventual projeto de ampliação, seja na tutela do patrimônio público ou da moralidade administrativa. O cemitério está em funcionamento desde 1961.