“Coisas que alegram a gente”: voluntários transformam Natal no antigo Cetremi
O almoço veio farto, além da doação de roupas, corte de cabelo e orações
Enquanto pilhas de roupas doadas estão à disposição e o cheiro de comida apetitosa vem das grandes panelas, o Natal, comemorado nesta quinta-feira (dia 25), ganha as cores do amor ao próximo na UAIFA (Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Família), o antigo Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento ao Migrante e Itinerante), localizado na saída para Três Lagoas. A ação atendeu 86 pessoas, sendo 34 idosos.
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Voluntários de centros espíritas de Campo Grande realizaram uma caravana fraterna denominada "Natal do Jesus" na UAIFA, antigo Cetremi, beneficiando 86 pessoas, incluindo 34 idosos. A ação ofereceu café da manhã, cortes de cabelo, kits de higiene, roupas e um almoço especial. Entre os participantes estava o publicitário Vitor Hugo Santana Rojas, voluntário há 32 anos, e novos colaboradores como a fisioterapeuta Meirielle Franco. Os moradores do local, como o pintor Sebastião Antônio de Carvalho, expressaram gratidão pela iniciativa que trouxe alegria e solidariedade no dia de Natal.
“A véspera foi um pouco parada. Mas ainda bem que os voluntários estão aqui hoje, está completamente diferente”, afirma o pintor Sebastião Antônio de Carvalho, 55 anos. Nas lembranças, ficaram as memórias de antigas celebrações em família, com três filhos e sete netos.
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Natural de Corumbá, Sebastião comemora a data com a solidariedade dos voluntários de vários centros espíritas de Campo Grande, que dedicaram doações e tempo para realizar uma caravana fraterna, batizada de “Natal com Jesus”.
Sebastião tomou café da manhã, cortou o cabelo, ganhou kit de higiene e pegou roupas e sapatos. “São coisas que alegram a gente, são pessoas que Deus manda nos ajudar”, diz o pintor.
Leomir dos Santos, 47 anos, mecânico, conta que perdeu a família por ser dependente químico. “Minha família me abandonou pelo meu vício por droga. Pulei de casa em casa até parar na rua, pois ninguém suportava. Eu ‘tô limpo’, mas eles não acreditam, chega uma hora que não acreditam mais”.
No dia 26 de agosto, Leomir foi atropelado e teve uma perna amputada. “Estou correndo da droga. Ontem, foi véspera de Natal, um dia festivo, para quem já foi usuário é um empurrão, mas amanheceu o dia e apareceu essa turma aqui”.
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Para José Cícero de Góis, 75 anos, a ação foi uma bênção de Deus. "Eu não posso sair para cortar o cabelo, para cortar a barba por conta da minha visão. Estou sentindo falta dos meus filhos, eles estão no Mato Grosso, estou aguardando uma cirurgia e quero muito reencontrá-los”.
Fraternidade - Vitor Hugo Santana Rojas, 57 anos, publicitário e voluntário, conta que participa da ação solidária há 32 anos. “Falar de Jesus sem que nossas mãos estejam em ação, sem que nosso abraço esteja ao alcance de alguém, não faria sentido. O sentido do Natal é viver a fraternidade”.
Durante a entrevista, um venezuelano se aproxima e agradece: “Obrigado por tudo”. Ao que Vitor Hugo responde: “Agradeça a Deus”.
A fisioterapeuta Meirielle Franco, 37 anos, participou pela primeira vez. Católica, ela conta que viu o convite na rede social da filha de uma paciente. “Pretendo vir nos próximos anos e chamar mais pessoas”. Ela ajudou na distribuição das roupas.
O motorista João Carlos Nunes, 61 anos, foi voluntário pela segunda vez. “É uma realização como pessoa. É muito significativo e faz muito bem”.
A jornalista Bianca Bianchi, 38 anos, participa da equipe que prepara o almoço. O cardápio é strogonoff de frango, arroz temperado e salada. Os alimentos foram doados. “Nesse momento, a gente tenta ter um contato mais próximo com as pessoas. Cozinhar é um ato de amor”.
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